segunda-feira, 30 de julho de 2012

Caminhoneiros não seguem mais viagem

Caminhoneiros não seguem mais viagem
Lages, 30/07/2012,Correio Lageano




Pedindo melhores condições de trabalho, caminhoneiros aderem a movimento nacional e impedem a passagem nas rodovias




Os caminhoneiros que passaram por Lages não seguiram destino na manhã deste sábado (28). O coordenador regional do Movimento Brasil Caminhoneiro, Jorge Flores de Oliveira, mobilizou os profissionais no cruzamento entre a BR-116 com a BR-282, em frente ao Posto Ampessan. O trevo da BR-116, próximo a Lactoplasa e o Acesso Norte também foram bloqueados. Cerca 500 caminhões estão parados. Só é permitida a passagem de veículos de passeio, ônibus e carga viva.




O coordenador regional do Movimento Brasil Caminhoneiro, Jorge Flores de Oliveira, contou que a paralisação é por tempo indeterminado e só um pronunciamento oficial da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pode suspender as manifestações. “Até agora, não houve nenhum contato e vai permanecer a mobilização por todo o fim de semana”, disse Jorge.



Os manifestantes tiveram apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Lages. De acordo com a PRF, o trânsito está fluindo normal, a BR-116 não foi totalmente bloqueada e os caminhões estão parados no estacionamento da rodovia. As reivindicações dos profissionais são a nível nacional. Imposto de renda, redução no preço do óleo diesel, mais pátio para estacionamento e redução do valor dos pedágios fazem parte da luta da categoria.



Jorge ressaltou que em Chapecó, Catanduvas, Vacaria, Maravilha, São Miguel do Oeste, São José dos Pinhais, Cascavel e Francisco Beltrão os caminhoneiros também são obrigados a pararem. No entroncamento entre as BRs 116 e 282, é possível encontrar veículos de Pelotas, Caxias do Sul e Ijuí parados.



A mobilização começou por volta das 7 horas da manhã de sábado (28) e o bloqueio de pista as 9 horas. “É importante as pessoas programarem suas viagens para não faltar gasolina quando chegar em algum posto de combustível. O Brasil vai parar”, disse Jorge. Uma negociação com o Governo Federal deve acontecer nesta segunda-feira (30).



Leonel de Souza Mattos é caminhoneiro há 30 anos. Ele leva maçã de Vacaria a Belo Horizonte. Leonel conta que em muitos postos não deixam os caminhoneiros que não são clientes pararem. No trajeto de 1600 quilômetros, não tem lugar para parar a cada quatro horas. “É melhor para nós, pararmos e descansar, mas não temos apoio”, disse.



Carga de farinha, cebola, bobinas e frigorífico estão paradas em Lages. Leonel diz que a maioria dos trabalhadores carregam nas sextas-feiras para estarem no destino na segunda. Esse movimento nas estradas não deixa espaço para todos os caminhoneiros deixarem seus caminhões. “Se paramos na estrada, recebemos multa”, contou Leonel.



Alexandre Antonio, há sete anos na profissão, revelou que os caminhoneiros não conseguem nem pagar o caminhão. Cada pneu custa R$1.400 e precisam ser trocados a cada sete meses.




Foto: Francielli Campiolo

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