Lages, 20 e 21/10/2012, Correio Lageano
O horário de verão inicia a zero hora deste domingo (21). Os relógios deverão ser adiantados em uma hora. Com os dias mais longos, o objetivo é reduzir o consumo de energia e aproveitar mais a luz do sol durante o verão. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico, está prevista uma economia de 280 milhões de reais para o país.
No ano passado, o horário de verão se estendeu por 133 dias. A Celesc economizou a energia que seria suficiente para abastecer, no mesmo período, os municípios de São Joaquim, Bom Retiro e Curitibanos. Somados esses três municípios possuem 27.773 unidades consumidoras, que representam 34,5% do consumo do município de Lages.
Vários fatores contribuem para a redução do consumo elétrico, como a mudança de comportamento dos consumidores residenciais e o término do expediente de trabalho ainda com luz natural, associados ao atraso no início da iluminação pública, acarretando uma diminuição na demanda máxima no horário de ponta, entre às 18 e 22 horas, de cada distribuidora de energia e, por consequência, do Sistema Interligado Nacional.
A medida acaba dividindo a população em duas opiniões, pois há quem prefira o período da mudança, e outros que não conseguem se acostumar.
A costureira Jandira Cunha tem oito filhos e diz não gostar do horário de verão por perceber a dificuldade em adaptar as crianças. “A rotina deles muda. Eles não gostam de acordar uma hora mais cedo, ficam mais cansados, eu tento manter as mesmas horas que eram seguidas antes da mudança”. Porém, ela observa que o ponto positivo é poder aproveitar melhor o sol.
Projeto de Lei prevê o fim da mudança
O deputado estadual Valdir Colatto (PMDB/SC) deu entrada em um Projeto de Lei, de número 379/2007, que prevê o fim do horário de verão em todas as suas regiões de abrangência. Colatto afirma que “não há estatística que justifique que o horário de verão traga ganhos para os consumidores e para o país”. Colatto cita estudo sobre os malefícios do horário de verão, pelo médico, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Guilherme Honório Moreira. O especialista defende que uma hora a menos no nosso sono pode causar aumento do número de mortes nas estradas, diminuir o rendimento escolar, aumentar o erro profissional, além de tentar uma adaptação que não ocorre. Além disso, destaca Colatto, está claro na pesquisa que quem paga a conta dessa medida é o Sistema Único de Saúde (SUS) e a população.
Mudança interfere pouco no organismo
Por conta da mudança de horário, muitas pessoas ficam em dúvida se há malefícios para a saúde. Por ser uma mudança pequena, ela não se torna significativa para o organismo, além de exigir uma adaptação menos demorada.
O neurologista Yuri Espinosa Garcia explica que existe um ritmo biológico, chamado de ciclo circadiano, esse ciclo dura aproximadamente 24 horas e é influenciado pela exposição à luz solar. “O organismo funciona como um relógio, se você muda uma hora, faz diferença, mas apenas do ponto de vista biológico. Para o ponto de vista clínico, essa mudança não se torna relevante”, esclarece ele, que também comenta que estudos têm demonstrado que situações como essa só são críticas para o organismo quando a diferença de horário é muito grande.
“Por exemplo, em uma viagem para um país distante, com diferença no fuso horário maior a cinco ou seis horas, o organismo leva de quatro a seis semanas para se adaptar. Mas de forma geral, quando a diferença é ao redor de uma hora, isso não traz mudanças drásticas”. O neurologista também comenta que algumas faixas etárias são mais afetadas, como crianças e idosos, por conta do ritmo biológico, que funciona de forma diferente.
A psicóloga Suzana Rau Dabbous ressalta que apesar de a mudança não ser uma interferência tão grande, depende do perfil da pessoa. “Muitas pessoas gostam em função de o dia durar mais. Outras, com perfil diferente, não gostam.”, explica.
Suzana também lembra observar que durante o horário de verão, mais pessoas saem para caminhar. Ela pontua que não há grandes mudanças. “Eu observo que o diferencial está mais no ânimo das pessoas. Algumas se sentem motivadas a aproveitar, outras se sentem cansadas. Depende da personalidade”, finaliza.
Foto: Suelen Grimes
O horário de verão inicia a zero hora deste domingo (21). Os relógios deverão ser adiantados em uma hora. Com os dias mais longos, o objetivo é reduzir o consumo de energia e aproveitar mais a luz do sol durante o verão. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico, está prevista uma economia de 280 milhões de reais para o país.
No ano passado, o horário de verão se estendeu por 133 dias. A Celesc economizou a energia que seria suficiente para abastecer, no mesmo período, os municípios de São Joaquim, Bom Retiro e Curitibanos. Somados esses três municípios possuem 27.773 unidades consumidoras, que representam 34,5% do consumo do município de Lages.
Vários fatores contribuem para a redução do consumo elétrico, como a mudança de comportamento dos consumidores residenciais e o término do expediente de trabalho ainda com luz natural, associados ao atraso no início da iluminação pública, acarretando uma diminuição na demanda máxima no horário de ponta, entre às 18 e 22 horas, de cada distribuidora de energia e, por consequência, do Sistema Interligado Nacional.
A medida acaba dividindo a população em duas opiniões, pois há quem prefira o período da mudança, e outros que não conseguem se acostumar.
A costureira Jandira Cunha tem oito filhos e diz não gostar do horário de verão por perceber a dificuldade em adaptar as crianças. “A rotina deles muda. Eles não gostam de acordar uma hora mais cedo, ficam mais cansados, eu tento manter as mesmas horas que eram seguidas antes da mudança”. Porém, ela observa que o ponto positivo é poder aproveitar melhor o sol.
Projeto de Lei prevê o fim da mudança
O deputado estadual Valdir Colatto (PMDB/SC) deu entrada em um Projeto de Lei, de número 379/2007, que prevê o fim do horário de verão em todas as suas regiões de abrangência. Colatto afirma que “não há estatística que justifique que o horário de verão traga ganhos para os consumidores e para o país”. Colatto cita estudo sobre os malefícios do horário de verão, pelo médico, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Guilherme Honório Moreira. O especialista defende que uma hora a menos no nosso sono pode causar aumento do número de mortes nas estradas, diminuir o rendimento escolar, aumentar o erro profissional, além de tentar uma adaptação que não ocorre. Além disso, destaca Colatto, está claro na pesquisa que quem paga a conta dessa medida é o Sistema Único de Saúde (SUS) e a população.
Mudança interfere pouco no organismo
Por conta da mudança de horário, muitas pessoas ficam em dúvida se há malefícios para a saúde. Por ser uma mudança pequena, ela não se torna significativa para o organismo, além de exigir uma adaptação menos demorada.
O neurologista Yuri Espinosa Garcia explica que existe um ritmo biológico, chamado de ciclo circadiano, esse ciclo dura aproximadamente 24 horas e é influenciado pela exposição à luz solar. “O organismo funciona como um relógio, se você muda uma hora, faz diferença, mas apenas do ponto de vista biológico. Para o ponto de vista clínico, essa mudança não se torna relevante”, esclarece ele, que também comenta que estudos têm demonstrado que situações como essa só são críticas para o organismo quando a diferença de horário é muito grande.
“Por exemplo, em uma viagem para um país distante, com diferença no fuso horário maior a cinco ou seis horas, o organismo leva de quatro a seis semanas para se adaptar. Mas de forma geral, quando a diferença é ao redor de uma hora, isso não traz mudanças drásticas”. O neurologista também comenta que algumas faixas etárias são mais afetadas, como crianças e idosos, por conta do ritmo biológico, que funciona de forma diferente.
A psicóloga Suzana Rau Dabbous ressalta que apesar de a mudança não ser uma interferência tão grande, depende do perfil da pessoa. “Muitas pessoas gostam em função de o dia durar mais. Outras, com perfil diferente, não gostam.”, explica.
Suzana também lembra observar que durante o horário de verão, mais pessoas saem para caminhar. Ela pontua que não há grandes mudanças. “Eu observo que o diferencial está mais no ânimo das pessoas. Algumas se sentem motivadas a aproveitar, outras se sentem cansadas. Depende da personalidade”, finaliza.
Foto: Suelen Grimes
Nenhum comentário:
Postar um comentário