terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Polícia flagra manuseio incorreto de embalagens de agrotóxicos

Polícia flagra manuseio incorreto de embalagens de agrotóxicos
Lages, 29/01/2013, Correio Lageano, por Adecir Morais


Suspeita é de que o plástico, depois de reciclado, era vendido para indústria de brinquedo



Polícia Ambiental encontrou, ontem à tarde, cerca de 3 mil embalagens vazias de agrotóxicos sendo recicladas de forma irregular na empresa de reciclagem de lixo Relimplex, no bairro São Miguel, em Lages. O material estava em 100 sacos grandes (big bag). A empresa foi interditada.



No local, foram encontrados recipientes de 20 litros e de um litro, com resíduos de fungicida, herbicida e inseticida, usados na agricultura. As embalagens estavam sendo manuseadas por seis funcionários em um barração. A empresa não tinha licença para a limpeza das embalagens. A ação contou com apoio de fiscais da Cidasc e da Vigilância Sanitária.



De acordo com a polícia, as embalagens eram lavadas, trituradas e depois vendidas como plástico comum para terceiros. A polícia vai investigar a origem e a destinação do material, mas a suspeita é que tudo era vendido para indústria de brinquedos.



Segundo engenheiro agrônomo da Cidasc, Paulo Borba, quando manuseado de forma irregular, estes agrotóxicos podem causar sérios dados à saúde das pessoas, como câncer e doenças cardiovasculares. No local também foi constatado que os funcionários lavavam as embalagens sem nenhum equipamento de proteção individual.



Destinação correta



Borda explicou que há um legislação que disciplina a destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos, conforme as normas do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV). Somente uma central de recolhimento pode realizar a chamada tríplice lavagem e manusear este tipo de material.



A empresa foi interditada e o proprietário responderá processo administrativo e criminal. O valor da multa ainda não foi estipulado, pois há possibilidade de mais embalagens serem encontradas. A multa para este tipo de ocorrência, varia de R$ 500,00 a R$ 5 milhões, tudo dependerá do dano ambiental causado



A quantidade de embalagens é tão grande que cabe em duas cargas e meia de caminhão. O dono da empresa, que não foi encontrado para comentar o caso, tem 72 horas para dar o encaminhamento correto ao material.




Foto:Adecir Morais

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