sábado, 26 de janeiro de 2013

Safra da uva 2013 promete boa qualidade do vinho

Safra 2013 promete boa qualidade do vinho
Serra Catarinense, 26 e 27/01/2013,Correio Lageano, por Suzani Rovaris


Com atual estágio da uva, vinicultores preveem ótima qualidade do vinho



A qualidade dos vinhos finos de altitude do Estado tem superado as expectativas dos produtores. Em 2013 não é diferente. Esta é mais uma safra que renderá produtos de excelência para os paladares mais apurados.



A safra deste ano brotou entre agosto e outubro. Agora, algumas variedades passam pelo estágio de maturação (quando a fruta muda do verde para o roxo). A colheita deve ocorrer no final de abril e deve render 1,5 milhão de quilos de uva. Cerca de 500 mil a mais que o ano anterior.



Mesmo antes da colheita é possível antecipar a qualidade do vinho a ser produzido. “Teremos mais uma vez uma safra boa”, afirma o presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis),  Leônidas Correa Ferraz.



O clima foi o principal fator para o resultado. Como lembra Ferraz, em setembro ocorreu a única geada capaz de interferir na produção. O fenômeno foi mais forte em regiões acima de 1,3 mil metros de altitude. Segundo ele, a maioria dos vinhedos fica localizado abaixo deste nível e portanto foram levemente atingidos.



O engenheiro agrônomo e pesquisador da área de vinicultura na estação da Epagri de São Joaquim Emílio Brighenti explica que as parreiras atingidas pela geada de setembro tiveram o cacho queimado e morreram. Para que a qualidade do vinho seja 100%, o período deve ser de clima seco, pois a chuva pode intervir nas características da bebida. “Felizmente tivemos um final de ano com  umidade baixa e isso tem favorecido”, acrescenta.



O presidente da Acavitis, afirma ainda que há cerca de oito anos, quando a produção de uvas começou nestas regiões, as parreiras eram muito novas. Desde 2009, de acordo com ele, os vinhedos atingiram a maturidade, e isto também reflete na qualidade do vinho. “O ano de 2012 foi a nossa melhor safra. Atingimos o auge”, comemora Leônidas.



A partir de agora até a colheita, os produtores torcem para que não caia granizo forte. “O granizo dilacera a baga e faz com que a fruta apodreça”, explica Brighenti. Ele acrescenta que o fenômeno tem mais chance de ocorrer em janeiro.



Daqui 60 a 80 dias, o período de maturação termina. As primeiras variedades prontas para a colheita são Chardonnay e Pinot e as mais tardias são Sauvignon Blanc, Merlot e Cabernet Sauvignon.



Serra Catarinense se consolida cada vez mais no mercado


O segmento de vinhos finos de altitude começou no início de 2000 com a implantação de uma nova vitivinicultura em Santa Catarina. As vinícolas ficam em São Joaquim, Caçador e Campos Novos. A partir de 2005, estas três regiões formaram a Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis).



A Serra Catarinense compreende 12 dessas empresas que atualmente possuem vinho no mercado. Com a consolidação do segmento, novas empresas passaram a apostar no setor, como o Vinhedos Terras Altas e a Villaggio Conti, ambas em São Joaquim, associadas à Acavitis no ano passado.



Há mais tempo no mercado de vinhos, a Vinícola Suzin teve sua marca consolidada a partir de 2008 quando participou da Expovinis, maior feira de vinho da América Latina, com uma safra de 2006 em um vinhedo plantado em 24 de setembro de 2001.



Para 2013, a expectativa de rendimento da empresa é 30 mil litros, entre espumantes, brancos, rosés e tintos. Vende principalmente para Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal.



De maneira geral, os vinhos de altitude são vendidos para todo o Brasil. No exterior, vende para os Estados Unidos e países da Europa. De acordo com a Acavits, o programa Wines of Brasil, do Instituto Brasileiro do Vinho auxilia as empresas que tenham interesse em exportar seu produto. “Várias empresas associadas à Acavitis fazem parte deste programa, que além do auxílio, promove o vinho brasileiro em feiras no exterior”, explica o presidente da Acavitis,  Leônidas Correa Ferraz.



O principal destino dos vinhos finos de altitude são as lojas especializadas e restaurantes. A marca dificilmente é encontrada nas grandes redes supermercadistas, porque, de acordo com Leônidas, a produção não supre a demanda.




Foto: Divulgação

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