quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Famílias fazem parte da história do Guarujá

Famílias fazem parte da história do Guarujá
Lages, 22/02/2013, Correio Lageano, por Silviane Mannrich



Quem são as pessoas que construíram suas vidas e criaram os filhos no bairro. Eles demonstram a importância do Guarujá no desenvolvimento econômico de Lages




Antônio Cardoso de Souza, 63 anos, e Alair de Liz Souza, 53 anos, estão juntos há 36 anos e moram no bairro Guarujá há 34. Eles residiam em Otacílio Costa e quando vieram para Lages compraram um mercado de madeira do cunhado de Alair.



Eles construíram e hoje moram em cima do mercado, no início da avenida 31 de Março, entre o Guarujá e o São Sebastião. “A rua já tinha calçamento, mas nas redondezas havia poucas casas e somente mais dois mercados, um pouco mais distantes, bem diferente do que é agora”, disse Antônio.



O casal teve quatro filhos e todos seguiram profissões diferentes. Um é bombeiro, o outro adiministrador, um agricultor e um professor. O estudo dos filhos foi pago com o que foi adquirido com o mercado. “Nós sempre tínhamos esperança de que o bairro iria crescer.



As pessoas mais antigas foram morrendo e os herdeiros foram vendendo as propriedades, e o pessoal começou a investir no bairro. A tendência é que cresça ainda mais”, afirma a moradora.



O casal conta que foram assaltados algumas vezes, mas que nunca pensaram em sair do bairro. “Tivemos momentos ruins, e ainda temos medo, mas nunca fomos agredidos. Em uma das vezes, quando os policiais chegaram com várias viaturas, os ladrões estavam longe”, conta Antônio.



Os dois estão aposentados e pretendem deixar o mercado para algum dos filhos. “Trabalhamos muito, agora queremos descansar”, diz Alair.



O casal que passa muito tempo junto admite que as discussões são normais. “Não concordamos em algumas coisas, mas sempre alguém tem que ceder. Juramos ficar juntos, então vamos continuar até quando der”, lembra Alair.



Empresário construiu a vida no bairro



Marco Aurélio Dexheimer mora há 41 anos no Guarujá. Ele residia com os pais na rua Nossa Senhora da Saúde e no ano de 1996 comprou um terreno na Avenida 31 de Março. Na época, ele pagou R$ 4 mil pelo terreno e começou a construir. Ele levou 12 anos para  terminar o prédio que hoje tem seis salas alugadas no primeiro andar.



Ele mora no andar de cima. Um dos locais está alugado para a mesma pessoa há 12 anos. “Foi um tiro no escuro, mas eu sempre acreditei que iria dar certo. Há 8 anos, precisava de dinheiro para pagar algumas contas e pensei em vender tudo. Mas mudei de ideia, a gente passa por momentos de dificuldades, mas eu nunca desisti”, afirma Marco Aurélio.



Ele ainda possui uma loja de automóveis na avenida Duque de Caxias que irá transferir para o bairro. “Pela geografia, eu já imaginava que a cidade iria crescer para cá, então tudo que eu for investir será aqui, não tem porque ir para outro lugar. Estamos bem e muito felizes vivendo aqui”, afirma.



Marco Aurélio está casado há 10 anos e tem dois filhos, um de 12 anos e uma menina de 9 anos. O adolescente Lucas Alexandre de Souza Dexheimer segue os passos do pai e o acompanha na revenda de carros. “Gosto muito de morar aqui e já estou aprendendo a negociar. Também gosto de andar de bicicleta e jogar video game”, comenta o adolescente.



Nova Unidade de Sáude está em construção



Em julho do ano passado, foi iniciada a construção de uma nova unidade de saúde no Bairro Guarujá, anexa ao Caic Irmã Dulce, onde fica localizada a Escola de Educação Básica Aline Geovana Schmidt. A previsão de conclusão é de um ano.



A nova unidade irá atender também os moradores dos bairros adjacentes, como o Dom Daniel. “A área total é de 388,90m², ampliando para três equipes de Saúde da Família, dando uma cobertura maior de atendimentos para a população da área de abrangência desta unidade”, afirma a diretora de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, Paola Branco Schweitzer Arantes. O investimento da obra é de R$ 527.710,68, sendo que R$ 400 mil são de recursos federais.



Ela explica que para o bairro está prevista também a implantação de uma academia da saúde, que é um espaço para a população, coordenado pelos profissionais das equipes de Saúde da Família, com apoio de uma equipe multiprofissional que inclui profissionais de educação física, Nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos.



“Esta academia servirá como local para desenvolver atividades que propiciem a promoção de práticas corporais e artísticas, atividade física e de segurança alimentar, fortalecendo a promoção da saúde e ampliando o acesso da população às políticas públicas”, comenta Paola Arantes.



A diretora destaca, ainda, que estão sendo elaboradas estratégias para reorganizar a forma de atendimento ao usuário na Rede de Atenção à Saúde, priorizando a humanização e garantindo soluções mais efetivas no acesso e resolução dos serviços prestados na Atenção Básica.



Bairro está mais seguro, afirma a polícia militar



O setor 10 da Polícia Militar é responsável por 20 bairros, e 11 policiais trabalham com apenas uma viatura. Eles ainda fazem o policiamento em mais 13 bairros do setor 4. O ideal seria trabalhar com pelo menos duas viaturas, devido à distância dos bairros. Porém, mesmo com dificuldades os policiais estão conseguindo trabalhar ostensivamente.



De acordo com o coordenador dos dois setores, o cabo Márcio Daniel Neves Martins, a criminalidade no bairro diminuiu bastante com o trabalho desenvolvido pela PM. “Trabalhamos com operações, como varredura, abordagens em bares e de pessoas suspeitas e em parceria com a comunidade”, disse Márcio Martins.

Um vez por mês, os policias se reúnem com os moradores e, segundo eles, o bairro está mais tranquilo e organizado. Não há estatísticas, mas os policiais afirmam que grande parte das ocorrências ainda é de som alto e perturbação. “Vamos trabalhar com o decibelímetro, pois quando as pessoas estiverem com o som alto, será feito o recolhimento do som, aplicação de multa de cerca de R$ 2 mil e feito um Termo Circunstanciado.



As pessoas desconhecem a lei, e o som alto não é permitido em nenhum horário se estiver perturbando as outras pessoas”, afirmou o coordenador.




Fotos: Silviane Mannrich

Nenhum comentário:

Inter tem mudanças para enfrentar o Concórdia

Lages, 22/03/2018 Correio Lageano/Foto: Adecir Morais O In...