segunda-feira, 1 de abril de 2013

Estrutura da Policlínica tem problemas



Lages, 02/04/2013, Correio Lageano, por Núbia Garcia



Prédio que foi inaugurado há pouco mais de seis meses, mas levou sete anos para ser construído, tem várias falhas.




Infiltrações no teto do último andar e nas proximidades das floreiras, sistema elétrico que não comporta aparelhos de ar-condicionado, estruturas se deteriorando. Esta é a situação do prédio da Policlínica de Especialidades Médicas de Lages, que levou sete anos para ser concluído e só foi inaugurado em setembro do ano passado. Além disso, de acordo com a Secretaria de Saúde, a estrutura também apresenta erros de projeto que podem causar problemas aos usuários.



Na manhã de segunda-feira (02), uma estrutura semelhante a um tijolo, com aproximadamente 30 centímetros de comprimento, se desprendeu e caiu direto no chão de uma altura de mais de dois metros. Isso aconteceu na entrada para o estacionamento da Policlínica e ninguém se feriu.




Quem encontrou o pedaço de material foi a diretora da Policlínica, Francine Ribeiro Waltrick, que apontou diversos problemas em todo o prédio. Engenheiros da Secretaria de Planejamento  (Seplan) foram chamados até o local para verificar a situação e apontar se a estrutura oferece riscos.



De acordo com o diretor administrativo-financeiro da Secretaria Municipal de Saúde, Maurício Batalha Machado, o prédio apresenta problemas de infiltração (no teto do último piso, nas paredes das floreiras externas e em uma sala do subsolo, onde são arquivados documentos), o sistema de energia é provisório e não foi devidamente ligado, o que impede a instalação de 40 aparelhos de ar-condicionado.



“Segundo a área técnica, ela (energia) não está com a ligação definitiva concluída, a ligação é provisória. Por isso alguns equipamentos com capacidade energética mais potente a gente não está podendo instalar”, conta. O diretor destaca que as condições do prédio estão sendo avaliadas por um engenheiro da Seplan.



Maurício Machado afirma que, até o momento, não foram identificados problemas que possam culminar com a interrupção dos serviços. “Pelo que já vimos com o [Jorge] Raineski (secretário de Planejamento), não existe um problema mais grave como risco de desabamento”.



O secretário de Planejamento, Jorge Raineski, destacou que técnicos da pasta já estiveram no local e fizeram uma constatação dos defeitos. “Um levantamento minucioso precisa ser feito perante uma auditoria, mas somente a procuradoria do Município é que pode autorizar esta auditoria”, explica.



Até que a auditoria seja feita não é possível responsabilizar nem a prefeitura nem a construtora pelos problemas apresentados. “O prédio tem vários erros de projeto e de execução. À Seplan cabe apenas constatar e apontar as deficiências e, se necessário, faremos um projeto  de readequação”.




O procurador geral do município Fabrício Reichert informou que, se for constatado que há necessidade, deverá pedir a realização da auditoria.


Construtora diz que pegou obra com estrutura existente


O engenheiro civil e diretor da Fornari Engenharia (empresa responsável pela conclusão da obra), Giovani Fornari, disse que desconhecia os problemas e que precisa ir até o local para verificar a situação.



Ele ressalta que a empresa apenas executou o projeto, que foi feito pela prefeitura. “Pegamos uma obra com a estrutura totalmente feita, a estrutura do prédio já existia, só fizemos os acabamentos de acordo com o a planilha que recebemos”, diz.



Fornari ressaltou ainda que, caso a empresa seja responsabilizada pelos defeitos apresentados, fará a recuperação sem oneração aos cofres públicos, desde que os defeitos apresentados estejam em áreas que faziam parte do projeto que eles receberam.



O prédio



As obras da Policlínica começaram em 2005 e foram executadas até 2008, mas por falta de recursos ficaram paradas durante dois anos. Em março de 2010, um convênio entre município e Governo do Estado, prevendo investimentos de cerca de R$ 2,5 milhões (das duas partes) foi firmado e as obras retomadas em julho daquele ano. O prédio foi inaugurado em setembro de 2012 e já no início de 2013 começou a apresentar problemas de estrutura.



Secretaria de Saúde aponta erros no projeto do prédio


O diretor administrativo-financeiro da Secretaria Municipal de Saúde, Maurício Batalha Machado, aponta diversos erros relacionados com o projeto executado. Segundo ele, a disposição dos consultórios médicos foi feita de forma errônea, o que atrapalha o atendimento aos pacientes.



“O pessoal que atua na Policlínica reclama muito da disposição das salas de atendimentos. Passamos para a Seplan fazer uma adequação do layout, para que fique mais fácil para quem trabalha e o acesso para quem vai ser atendido”.



Outro ponto mencionado por Maurício se refere ao banheiro masculino, onde os mictórios foram instalados ao lado da porta de entrada. “Se alguém estiver usando e outra pessoa entrar, ela vai ser vista urinando”, comenta.



Nos dois pisos do prédio há áreas vazadas, que são protegidas por grades. De acordo com Maurício, estas grades são inadequadas, pois podem provocar acidentes com crianças que, eventualmente, subam na mesma para brincar.



As floreiras, que servem como adorno na parte externa do prédio, não possuem um acesso fácil para manutenção. “Não tem como fazer manutenção das flores e também não houve um isolamento adequado, por isso já há infiltrações que podem causar problemas futuros com reboco ou algo assim”.




 Fotos: Núbia Garcia

Nenhum comentário: