sexta-feira, 25 de julho de 2014

Transportadora Binotto consegue aprovar seu Plano de Recuperação Judicial

Transportadora Binotto consegue aprovar seu Plano de Recuperação Judicial
Lages, 26 e 27/07/2014, Correio Lageano, por Joana Costa



A empresa Binotto S/A Transporte, Logística e Distribuição, que foi a terceira maior transportadora da América Latina, conseguiu ter a aprovação de seu Plano de Recuperação Judicial no último dia 7,  quando foi aprovado em assembleia geral de credores em Lages.



A dívida da empresa é de cerca de R$ 200 milhões, dividida entre fornecedores e trabalhadores. O valor que eles irão receber foi renegociado. O advogado Felipe Lollato, que representa a empresa no processo, explicou que os credores da empresa, que não possuíam garantia para receber seus créditos, vão receber, mas com 85% de desconto.


O prazo para pagamento das dívidas será de 36 meses, e a Binotto terá 120 meses para fazer o pagamento, que terá correção monetária pela taxa de referência (TR), que norteia os juros vigentes no Brasil. Já os credores trabalhistas concordaram em conceder um desconto de 40% e receber o saldo em até 12 meses.



Segundo Lolatto, o plano foi aceito pelos credores com garantia real de 72,94% dos credores quirografários e 100% dos trabalhadores. “A adesão quase que unânime de todos os credores ao plano apresentado demonstra que a atual gestão da empresa vem trabalhando com transparência e dedicação, bem como, acredita firmemente no soerguimento de uma empresa que conta com mais de 40 anos no mercado de transporte”, salienta Lollato.



Relembre


Em junho de 2011, a Binotto demitiu cerca de 200 funcionários. A transportadora não pagou as verbas rescisórias aos funcionários, o que deu início a uma ação coletiva para pedir o pagamento das verbas rescisórias. Os funcionários não receberam o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e seguro-desemprego. Em novembro do mesmo ano, cerca de 150 ex-funcionários iniciaram a cobrança em ação na Justiça do Trabalho de Lages. A reclamação era que a empresa não pagava as indenizações e não recolhia INSS e FGTS desde 2009.



Problemas começaram com a crise de 2008


Em 2011, o representante da Binotto, o advogado Felipe Lolatto, informou que o pagamento das dívidas dependia da recuperação judicial e que o não recolhimento do FGTS e INSS se deu pelas dificuldades financeiras da empresa, que começaram em 2008, decorrentes da crise financeira daquele ano. Em 2011, a dívida total, com fornecedores, bancos e contratos trabalhistas era de R$ 150 milhões.



Em 2012, a Binotto foi orientada a publicar edital em jornal de circulação nacional, a fim de fazer um levantamento geral dos credores e levar ao conhecimento de todos os funcionários e credores a tramitação do processo de recuperação judicial, quais são os créditos declarados e quais são os credores. A empresa recorreu e o processo foi suspenso. Foi em dezembro de 2013 que a Binotto divulgou a sua lista de credores.




Foto: Joana Costa

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