sábado, 28 de julho de 2012

Caminhoneiros aderem paralisações nas rodovias da Serra

Caminhoneiros aderem  paralisações nas rodovias da Serra
Lages, 28/07/2012, CLMais, com informações da reportagem  do CL, Agência Brasil e PRF






Os caminhoneiros que passaram por Lages não seguiram destino na manhã deste sábado (28). O coordenador regional do Movimento Brasil Caminhoneiro, Jorge Flores de Oliveira, mobilizou os profissionais no cruzamento entre a BR-116 com a BR-282, em frente ao Posto Ampessan. O trevo da BR-116, próximo a Lactoplasa e o Acesso Norte também estão bloqueados. Cerca 500 caminhões estão parados. Todos os caminhões de cargas são abordados e obrigados a parar. Só é permitida a passagem de veículos de passeio, ônibus e carga viva.



O coordenador do Movimento Brasil Caminhoneiro afirma que a paralisação é por tempo indeterminado e só um pronunciamento oficial da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pode suspender as manifestações. “Até agora, não houve nenhum contato e vai permanecer a mobilização por todo o fim de semana”, disse Jorge.  Os manifestantes contam com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Lages. De acordo com a PRF, o trânsito está fluindo normal, a BR-116 não foi totalmente bloqueada pelos manifestantes e os caminhões estão parados no estacionamento da rodovia.



A adesão à greve nacional dos caminhoneiros chega a 80%, diz o Movimento União Brasil Caminhoneiro. De acordo com o presidente do movimento, Nélio Botelho, todo o transporte de carga está suspenso em estados como Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. E a promessa é de manter os protestos nas rodovias durante o fim de semana.



Botelho cita três problemas que levaram a categoria a uma greve nacional. Segundo ele, o primeiro foi criado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), ao permitir a entrada de mais de 600 mil veículos que não poderiam estar operando com frete no Brasil, porque estão fora da lei. "No entanto, uma alteração feita na lei permitiu a entrada deles no país, levando à concorrência desleal que jogou o frete rodoviário a valores que absolutamente não cobrem as despesas.”



O segundo problema é o cartão-frete que foi instituído, mas não tem como ser cumprido, diz Botelho. "Além de proibidos de receber dinheiro ou cheque, somos obrigados a operar com esse cartão, em cima de frete defasado." O representante dos caminhoneiros ressalta que o custo do cartão-frete onerou demais e que a categoria não consegue usá-lo com os fornecedores de material e os postos de gasolina. "A maioria não aceita, então, estamos praticamente inviabilizados nessa operação de recebimento e pagamento.”



Por fim, Botelho aponta a questão das resoluções da ANTT que regulamentam o tempo de direção. “A agência colocou uma obrigatoriedade de descanso de 11 horas em rodovia, sem oferecer nenhuma infraestrutura, posto de apoio, local de higiene, segurança. O caminhoneiro passa a ser obrigado a ficar deitado na cabine do caminhão na margem da estrada durante 11 horas, porque, se ele viajar e não cumprir a lei vai ser multado.”



De acordo com ele, alguns locais já começam a sofrer desabastecimento, principalmente de produtos alimentícios, já que o volume maior desse tipo de carga vem das regiões Sul e Centro-Oeste, onde a estimativa é que a paralisação esteja em 90%.



Além disso, Nélio Botelho diz que o MUBC recebeu um comunicado de que os transportadores de combustíveis estariam se preparando para paralisar as atividades a partir de segunda-feira (30), o que pode comprometer o fornecimento às cidades.



Foto: Francielli Campiolo

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