segunda-feira, 2 de julho de 2012

Precariedade nas estradas da Serra

Precariedade nas estradas da Serra
Serra Catarinense, 02/07/2012, Correio Lageano


Verba destinada pelo Governo do Estado, há um ano, não foi suficiente para revitalização completa das rodovias de interior


Um ano após a liberação de R$ 4,5 milhões pelo Governo do Estado, para revitalização das estradas da Serra Catarinense, usuários denunciam: a situação de precariedade não melhorou. A verba foi rateada entre as 18 cidades da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures) e cada uma recebeu R$ 250 mil.


Esta foi a primeira vez, de acordo com a assessoria de imprensa da Amures, que o governo liberou um recurso exclusivo para que os municípios investissem nas estradas da região. A verba foi distribuída, os recursos utilizados e, mesmo assim, as condições da maioria das estradas de interior continuam precárias.


Os 18 municípios que constituem a região da Amures ocupam uma área aproximada de 16.085,355 quilômetros quadrados, superfície correspondente a 16,87% do território catarinense.



Além da grande extensão destas rodovias, as intempéries climáticas contribuem para a deterioração das mesmas, que precisam passar por constantes revitalizações.


Para a secretária executiva da Amures, Iraci Vieira de Souza, o problema de conservação nas estradas da região é uma situação grave e que merece atenção. Ela comenta que a verba destinada pelo Estado no ano passado foi suficiente para tomar medidas paliativas, mas não para executar revitalizações completas.


Ela ressalta que a demanda de necessidades é muito grande, por isso, os recursos recebidos acabam sendo utilizados completamente, mas pouco aproveitados. “Os prefeitos estão sempre buscando recursos para investir nas estradas, mas não é como uma obra de construção, que após finalizada está pronta. As estradas precisam passar por constantes recuperações, é um trabalho permanente”, completa.



Consórcio pode auxiliar na solução


Uma das deficiências das prefeituras da região, na hora de cuidar das estradas, é a falta de verba para compra de maquinário.


Pensando neste problema, o atual presidente da Amures, Luiz Paulo Farias (PT), prefeito de Ponte Alta, solicitou um estudo da equipe técnica da Amures, que tem como finalidade analisar a viabilidade de implantação de um consórcio para a compra de máquinas.



De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o estudo também leva em consideração a possibilidade de implantar uma patrulha mecanizada de recuperação de estradas, de forma consorciada.


A ideia é fazer um consórcio para comprar de forma conjunta, maquinário para recuperação e atender aos municípios em forma de rodízio, dando preferência aos que estão em condições mais precárias.


A iniciativa, que sugere que os municípios rateiem o valor da compra do maquinário, deve ser apresentada aos municípios na próxima assembleia da Amures.


De acordo com a secretária executiva da Amures, Iraci Vieira de Souza, há a possibilidade de que este projeto seja incluso no Consórcio de Saneamento Municipal Básico (Cisama). Atualmente, a Cisama já atende aos setores de meio ambiente, agropecuária, alimentação e saneamento básico, e pode ser ampliado para englobar infraestrutura e atender as questões da precariedade nas estradas.



Usuários querem qualidade

As estradas de interior são o meio de levar a produção local para as indústrias. Freteiro de leite há 32 anos, Matusalem Corrêa, de 54 anos, usa com frequência as estradas de Correia Pinto, São José do Cerrito e Lages. Para ele, as restaurações com patrolamento e cascalhamento não são suficientes para sanar os problemas. “A situação, que já não é boa, fica muito crítica em dias de chuva”, comenta.



Itamar Goedert também freta leite. Para ele, o setor madeireiro deveria colaborar na manutenção das estradas. “Vejo caminhão com dezenas toneladas de carga passando por estrada de chão. No asfalto, nas BRs tem limite de peso, mas nas estradas de interior não”.



Fotos: Onéris Lopes/Divulgação e Núbia Garcia

Nenhum comentário: