História da TV Brasileira - 1951

As agências de publicidade McCann Erikson e a J. W. Thompson instaladas no Brasil, trazem o "know how" americano e começam a utilizar a televisão brasileira como veículo publicitário. Devido a falta de profissionais experientes no novo meio de comunicação, passam a decidir o conteúdo de seus programas, criando, redigindo e produzindo, mas adaptado ao modelo brasileiro.

Nos primeiros anos, os patrocinadores determinam os programas que devem ser produzidos e veiculados, além de contratar diretamente os artistas e produtores.

Já existem, aproximadamente, 7 mil aparelhos de televisão entre São Paulo e Rio de Janeiro.

A família se reúne para assistir televisão

No dia 20 de Janeiro, às 12h49, iniciam-se as operações da TV Tupi do Rio de Janeiro, localizada junto à praça Mauá e os programas são transmitidos dos estúdios da Rádio Tamoio. O então presidente, Eurico Gaspar Dutra, aciona o transmissor situado no alto do Pão de Açúcar.

A abertura se dá com a encenação de dezenove indiozinhos. Em seguida, o apresentador anuncia as atrações, entre elas, o "Garotos da Lua", grupo que tem como integrante o compositor João Gilberto.

Os primeiros receptores de televisão começam a ser fabricados no Brasil por Bernardo Kocubej com a marca "Invictus". Apesar de tornarem-se mais acessíveis, ainda é um produto caro e possuir um televisor passa a ser símbolo de "status".

Vai ao ar, dia 21 de Dezembro, a primeira telenovela brasileira: "Sua Vida me Pertence", escrita por Walter Forster, sendo o primeiro beijo televisivo entre os protagonistas Vida Alves e o próprio Forster. Ela termina no dia 15 de Fevereiro de 1952. Nos principais papéis estão Lia de Aguiar, José Parisi e Dionísio de Azevedo. É transmitida ao vivo em dois capítulos semanais devido a falta de condições técnicas pela TV Tupi. Tem o patrocínio da Coty e é produzida pela agência de publicidade norte-americana J.W. Thompson.

Vida Alves e Walter Forster em "Sua Vida me Pertence"

As garotas-propaganda que mais se destacam, tornando-se populares, são: Idalina de Oliveira, Meire Nogueira, Wilma Chandler, Odete Lara, Maria Rosa.

Elas surgem da necessidade de apresentar os produtos dos patrocinadores na televisão. E assim, nascem os comerciais feitos ao vivo. Entre a troca de cenas, há um "set" (um pequeno cenário) com o produto a ser mostrado. Inclusive, como há poucas câmeras, duas ou três, uma delas se posiciona antecipadamente. A Televisão aproveita esse momento para fazer as trocas de cenários, figurinos, etc. Ainda hoje, podemos ver esse tipo de "garota-propaganda" nos programas femininos, de auditório e outros.

No fim do ano estréia "Grande Teatro das Segundas-Feiras", fixando os teleteatros na programação. Destacam-se: Bibi Ferreira, Cacilda Becker, Maria Della Costa e Procópio Ferreira; e os diretores: Armando Bógus, Geraldo Vietri e Wanda Kosmos.