segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Usuários testarão a qualidade da internet

Usuários testarão a qualidade da internet
Brasil, 17/09/2012, Correio Lageano


Em mais uma tentativa de melhorar a internet, o Governo Federal criou um programa para medir a qualidade do serviço prestado no país. A intenção era que 12 mil pessoas se inscrevessem, mas, em 15 dias, 38,3 mil já haviam se voluntariado.


A insatisfação da qualidade não é só dos consumidores. Cerca de 18 mil usuários reclamam da internet banda larga por mês, inclusive a presidente Dilma Rousseff afirma que o serviço prestado no país não é dos melhores. “Em muitos casos, os consumidores recebiam apenas 10% da velocidade da internet que eles tinham contratado com as empresas prestadoras desse serviço”, disse, no programa Café com a Presidenta.


Em outubro as operadoras estão obrigadas a oferecerem até 60% do valor contratado, em média. Além disso, a velocidade não pode baixar de 20%. Ou seja, alguém que compre um pacote de 5 Mbps, terá que receber, no mínimo, 1 Mbps e, na média 3 Mbps.


A Anatel fez uma série de requisitos mínimos para as operadoras cumprirem afim de melhorar a qualidade. Até outubro de 2014, esses níveis de exigência devem aumentar paulatinamente. Na velocidade, por exemplo, o nível máximo de exigência vai ser o oferecimento do serviço com, em média, 80% do valor contratado.


O gerente de tecnologia da Alvo Telecomunicações, Maicon Bez, explica que a medição dessa qualidade será feita através dos voluntários cadastrados no programa que mede a qualidade da internet. Eles receberão um aparelho que fará esse serviço. “Particularmente, não creio que as operadoras conseguirão atingir essas metas”.


Isso porque as operadores precisarão fazer muitos investimentos para alterar a atual estrutura de fornecimento de internet. Outro problema é que não existe um método preciso de se medir a qualidade da internet.


Em um exemplo, Maicon explica que o usuário quer acessar determinado site que está congestionado ou com algum problema que o deixa lento. “Isso entra na medição, mas não é um problema da operadora, mas um gargalo na internet”, explica.


Isso acontece porque a internet não é feita somente da conexão do usuário, mas também da parte do servidor. Por isso que alguns sites demoram para abrir e outros abrem rápido no mesmo dia.


Para Maicon, os usuários precisam se conscientizar para usar uma velocidade que seja compatível com o uso. “Não adianta comprar 10 megas se só vai abrir e-mail, ou comprar 2 megas se quer baixar filmes”, explica.



Banda Larga em Lages é ‘aceitável’




A cidade tem pontos positivos e negativos na internet. No  Sistema de Medição de Tráfego da Anatel, Lages tem um índice de perda de pacotes aceitável e uma latência um pouco alta. São os dois principais aspectos que resultam na velocidade da internet.


A latência é o tempo que a informação demora para sair do computador, chegar no servidor e trazer uma resposta. Isso acontece porque a informação viaja.


O gerente de tecnologia da Alvo Telecomunicações, Maicon Bez, dá um exemplo. “Quando algum usuário de Lages tenta acessar o site do Correio Lageano, que também está em Lages, sua requisição vai sair de seu computador, entrar na rede da operadora, ir até o centro de roteamento em Florianópolis, retorna a Lages e só então chega ao Correio Lageano”. Complicado? Seria mais ou menos como enviar uma carta, e a latência seria o tempo de resposta da carta.


O aceitável de latência seria até 100ms para sites nacionais. Em Lages, áreas periféricas como o Santa Mônica, Várzea e Santa Catarina apresentam valores maiores. A cidade fica muito atrás, nesse quesito, de cidades maiores, como Florianópolis, Blumenau, Joinville, Criciúma e Chapecó.


Se por algum motivo a carta for perdida no meio da viagem e nenhuma resposta chegar, isso se chama perda de pacotes. Então é preciso enviar outra carta, que atrasa mais a resposta. O aceitável é 1%, mas Lages fica muito abaixo disso. Já Florianópolis e Blumenau, geralmente, têm taxas acima de 3%. Maicon explica que isso acontece por conta do uso maior de internet 3G nas duas cidades. “Isso sobrecarrega a rede e causa muita perda de pacote”.


Quanto à latência, ele explica que geralmente em Lages os pacotes (ou as cartas) vão até Florianópolis, depois São Paulo, Brasília e retornam. Isso por conta da estrutura da operadora mais utilizada na cidade.


Chapecó por exemplo, tem uma latência menor porque tem outra operadora lá, que deve fazer um caminho mais curto do que o de Lages. “Talvez vai por Curitiba e depois Brasília”, especula Maicon.




Foto: Divulgação

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