sábado, 20 de outubro de 2012

Falta espaço para receber pacientes na emergência

Falta espaço para receber pacientes na emergência
Lages, 20 e 21/10/2012, Correio Lageano




Na madrugada desta sexta-feira (19), a Emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres (HNSP), precisou fechar as portas e deixou de receber pacientes, pois não tinha mais espaço para acomodar ninguém. Esta é a quarta vez que a situação se repete somente no mês de outubro.


Os pacientes que já estavam na emergência continuaram recebendo atendimento, entretanto, ninguém mais pôde entrar no estabelecimento, onde havia pessoas acomodadas até mesmo nos corredores.


Atualmente, são atendidos em média 160 pacientes por dia no local. De acordo com o diretor clínico do Hospital, Paulo César da Costa Duarte, a demanda já é maior que a capacidade de atendimento.


“Se não houver uma ação imediata do Estado, ajudando a construir uma nova emergência mais rápido, acredito que no final do ano que vem a gente já vai ter superado todas as possibilidades de atendimento e se formos esperar muito tempo para começar uma segunda obra, algumas vidas deixarão de ser salvas por falta de investimentos e planejamento a médio e longo prazo”, afirma.


Segundo ele, uma das alternativas para sanar o problema, foi apresentada ao governador do Estado, Raimundo Colombo, e ao secretário do Desenvolvimento Regional, Jurandi Agostini, em setembro.


Trata-se de um projeto que prevê a construção de um prédio novo, no local onde hoje funciona o estacionamento do Hospital. O prédio abrigaria, além de uma nova emergência, com capacidade para atender entre 450 e 500 pessoas, uma unidade coronariana e uma unidade de tratamento intensivo (UTI).


Paulo destaca que, com isso, o local onde hoje funciona a UTI, seria transformado em salas de cirurgias cardíacas, o que possibilitaria a instalação do serviço de alta complexidade em cardiologia no HNSP.


Segundo ele, a construtora prevê que entre 15 e 18 meses após o início das obras, o prédio deve ser concluído e os serviços poderiam entrar em funcionamento. A obra completa, que contará com três andares e um heliporto, custaria algo em torno de R$ 14 milhões. O projeto está em avaliação pelo governo do Estado.


“Hoje atendemos em torno de 150 a 160 pacientes referenciados de trauma e alta complexidade de gravidade por dia. Com a ampliação, este número sobe para 450 pacientes por dia, praticamente triplicar a capacidade”, diz.


Com a liberação para o início das obras no Hospital Tereza Ramos (HTR), o governo do estado anunciou que problemas como a falta de leitos e as dificuldades enfrentadas pelas emergências deixariam de existir, entretanto, Paulo acredita que até que esta obra seja concluída, a demanda de pacientes já será muito maior e haverá a necessidade de ainda mais espaço nas emergências.


Quando a emergência do HTR for aberta, o que Paulo acredita que deve acontecer dentro de 4 ou 5 anos, ela estará obsoleta. “Isso porque temos um acréscimo cada vez maior de atendimentos. A possibilidade mais fácil e mais rápida é a nova emergência no HNSP, porque é uma entidade privada, não depende de toda a burocracia do estado para organizar uma obra, para contratar funcionários e fazer funcionar o serviço”, completa.



Foto: Núbia Garcia

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