Lages, 26/10/2012, Correio Lageano, por Silviane Mannrich
A emergência do Hospital Nossa Senhora do Prazeres (HNSP) atende em média 160 pacientes por dia. Devido à alta demanda e às condições de trabalho oferecidas, poucos profissionais querem atuar na instituição. Quem perde é a população que, muitas vezes, precisa aguardar horas pelo atendimento.
“Na sala de emergência o atendimento está péssimo, as pessoas ficam esperando por horas nas cadeiras até serem atendidas e depois ainda precisam esperar vários dias por um leito. É um absurdo. Meu sobrinho sofreu um acidente de moto e ficou oito dias na sala de recuperação até conseguir um leito na UTI. Está muito complicado, é um descaso”, afirma o aposentado, Neri Varela Costa.
O diretor clínico do HNSP, Paulo César da Costa Duarte, confirma a informação. “Esta semana, estamos com seis pacientes entubados na emergência, aguardando vagas na UTI, não há vagas nem no Tereza Ramos e nem em outros hospitais do Estado para que possamos transferir pacientes”, explica.
O construtor Nabor Pedroso, sofreu um acidente de moto no último sábado, ele diz que o primeiro atendimento foi rápido. “Por eu ter sofrido um acidente a equipe me atendeu logo, mas o médico demorou para chegar”, ressalta.
O auxiliar de produção, Josué Machado, reclama da demora em conseguir um leito. “Eu cheguei no hospital às oito horas da manhã e só consegui um leito às sete da noite, a sorte é que o meu problema não foi tão grave, mas nos corredores tem muitas pessoas sentadas e nas macas esperando atendimento e leitos”, lembra.
Para o tratorista José Paes, a emergência está um caos. “Estou com o meu filho na UTI, ele está sendo bem tratado, mas a demora para atender é grande, se continuar assim, alguém vai padecer. É uma ambulância chegando atrás da outra. E ainda são atendidas as pessoas vindas de outros municípios, não dá para continuar assim”, comenta.
Com greve, demora no atendimento deve aumentar
O diretor clínico, do HNSP, Paulo César da Costa Duarte, confirma que há demora no atendimento porque a demanda de pacientes aumentou expressivamente. A equipe de plantão é formada por um médico, um enfermeiro e três técnicos em enfermagem. “Temos um médico na emergência, um médio no plantão da cirurgia, um no plantão da ortopedia e um anestesista, mas todos ficam em atendimento. Falta estrutura e profissionais, assim não conseguimos dar um atendimento adequado”, confirma o diretor.
De acordo com ele, há dificuldade em contratar profissionais. O valor de R$ 70,00 pago pela hora-plantão não atrai os médicos. “Os médicos ganham mais trabalhando em outros locais e também em outras cidades e têm menos trabalho, está cada vez mais difícil contratar plantonistas”, ressalta Paulo.
O presidente regional do Sindicato dos Médicos, Ricardo Garigioni, explica que o acordo firmando entre o sindicato e o HNSP, ficou com um valor defasado. A categoria reivindicava R$ 180,00 pela hora-plantão, mas o acordo fechado resultou em R$ 70,00, abaixo do que outros hospitais na região estão oferecendo. Em Rio do Sul, por exemplo, os médicos ganham de R$ 85,00 a 95,00 pela hora plantão. “O acordo continua mantido, mas não tenho dúvidas que a curto prazo será cada vez mais difícil encontrar médicos que aceitem trabalhar nestas condições. Há outros locais que pagam um valor mais alto e que a demanda de trabalho é menor”, salienta Ricardo.
A emergência do hospital recebe R$ 200 mil do Estado e R$ 78 mil do município.
Projeto para ampliação foi entregue, mas não tem validade
O diretor clínico do HNSP, Paulo Cesár da Costa Duarte, disse em entrevista publicada na edição do dia 19 outubro no Correio Lageano, que entregou ao governador do Estado, Raimundo Colombo, e ao secretário do Desenvolvimento Regional, Jurandi Agostini, um projeto para ampliação da emergência no HNSP. Segundo a publicação, o projeto teria sido entregue em setembro deste ano e o Governo do Estado estaria avaliando o projeto.
Entretanto, a assessoria de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Lages (SDR), informa que o pedido foi entregue ao secretário regional, Jurandi Agostini de maneira informal, o que, por enquanto, inviabiliza uma análise mais profunda por parte da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Ainda, de acordo com a assessoria, o trâmite legal para a aprovação de projetos compreende na apresentação do mesmo em uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Regional. Durante a reunião, se o projeto for aprovado, é encaminhado para a SES, e caberá à secretaria a efetivação da análise técnica. “Vale citar que o governo está investindo na ampliação do Hospital e Maternidade Tereza Ramos, que é uma instituição pública. A nova ala dará à população 92 novos leitos”, afirma a nota. O Tereza Ramos também terá emergência.
O projeto entregue prevê a construção de um prédio novo, no local onde hoje funciona o estacionamento do Hospital. O prédio abrigaria, além de uma nova emergência, com capacidade para atender entre 450 e 500 pessoas, uma unidade coronariana e uma unidade de tratamento intensivo (UTI). A obra completa, que contará com três andares e um heliporto, custaria em torno de R$ 14 milhões.
Foto: Silviane Mannrich
A emergência do Hospital Nossa Senhora do Prazeres (HNSP) atende em média 160 pacientes por dia. Devido à alta demanda e às condições de trabalho oferecidas, poucos profissionais querem atuar na instituição. Quem perde é a população que, muitas vezes, precisa aguardar horas pelo atendimento.
“Na sala de emergência o atendimento está péssimo, as pessoas ficam esperando por horas nas cadeiras até serem atendidas e depois ainda precisam esperar vários dias por um leito. É um absurdo. Meu sobrinho sofreu um acidente de moto e ficou oito dias na sala de recuperação até conseguir um leito na UTI. Está muito complicado, é um descaso”, afirma o aposentado, Neri Varela Costa.
O diretor clínico do HNSP, Paulo César da Costa Duarte, confirma a informação. “Esta semana, estamos com seis pacientes entubados na emergência, aguardando vagas na UTI, não há vagas nem no Tereza Ramos e nem em outros hospitais do Estado para que possamos transferir pacientes”, explica.
O construtor Nabor Pedroso, sofreu um acidente de moto no último sábado, ele diz que o primeiro atendimento foi rápido. “Por eu ter sofrido um acidente a equipe me atendeu logo, mas o médico demorou para chegar”, ressalta.
O auxiliar de produção, Josué Machado, reclama da demora em conseguir um leito. “Eu cheguei no hospital às oito horas da manhã e só consegui um leito às sete da noite, a sorte é que o meu problema não foi tão grave, mas nos corredores tem muitas pessoas sentadas e nas macas esperando atendimento e leitos”, lembra.
Para o tratorista José Paes, a emergência está um caos. “Estou com o meu filho na UTI, ele está sendo bem tratado, mas a demora para atender é grande, se continuar assim, alguém vai padecer. É uma ambulância chegando atrás da outra. E ainda são atendidas as pessoas vindas de outros municípios, não dá para continuar assim”, comenta.
Com greve, demora no atendimento deve aumentar
O diretor clínico, do HNSP, Paulo César da Costa Duarte, confirma que há demora no atendimento porque a demanda de pacientes aumentou expressivamente. A equipe de plantão é formada por um médico, um enfermeiro e três técnicos em enfermagem. “Temos um médico na emergência, um médio no plantão da cirurgia, um no plantão da ortopedia e um anestesista, mas todos ficam em atendimento. Falta estrutura e profissionais, assim não conseguimos dar um atendimento adequado”, confirma o diretor.
De acordo com ele, há dificuldade em contratar profissionais. O valor de R$ 70,00 pago pela hora-plantão não atrai os médicos. “Os médicos ganham mais trabalhando em outros locais e também em outras cidades e têm menos trabalho, está cada vez mais difícil contratar plantonistas”, ressalta Paulo.
O presidente regional do Sindicato dos Médicos, Ricardo Garigioni, explica que o acordo firmando entre o sindicato e o HNSP, ficou com um valor defasado. A categoria reivindicava R$ 180,00 pela hora-plantão, mas o acordo fechado resultou em R$ 70,00, abaixo do que outros hospitais na região estão oferecendo. Em Rio do Sul, por exemplo, os médicos ganham de R$ 85,00 a 95,00 pela hora plantão. “O acordo continua mantido, mas não tenho dúvidas que a curto prazo será cada vez mais difícil encontrar médicos que aceitem trabalhar nestas condições. Há outros locais que pagam um valor mais alto e que a demanda de trabalho é menor”, salienta Ricardo.
A emergência do hospital recebe R$ 200 mil do Estado e R$ 78 mil do município.
Projeto para ampliação foi entregue, mas não tem validade
O diretor clínico do HNSP, Paulo Cesár da Costa Duarte, disse em entrevista publicada na edição do dia 19 outubro no Correio Lageano, que entregou ao governador do Estado, Raimundo Colombo, e ao secretário do Desenvolvimento Regional, Jurandi Agostini, um projeto para ampliação da emergência no HNSP. Segundo a publicação, o projeto teria sido entregue em setembro deste ano e o Governo do Estado estaria avaliando o projeto.
Entretanto, a assessoria de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Lages (SDR), informa que o pedido foi entregue ao secretário regional, Jurandi Agostini de maneira informal, o que, por enquanto, inviabiliza uma análise mais profunda por parte da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Ainda, de acordo com a assessoria, o trâmite legal para a aprovação de projetos compreende na apresentação do mesmo em uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Regional. Durante a reunião, se o projeto for aprovado, é encaminhado para a SES, e caberá à secretaria a efetivação da análise técnica. “Vale citar que o governo está investindo na ampliação do Hospital e Maternidade Tereza Ramos, que é uma instituição pública. A nova ala dará à população 92 novos leitos”, afirma a nota. O Tereza Ramos também terá emergência.
O projeto entregue prevê a construção de um prédio novo, no local onde hoje funciona o estacionamento do Hospital. O prédio abrigaria, além de uma nova emergência, com capacidade para atender entre 450 e 500 pessoas, uma unidade coronariana e uma unidade de tratamento intensivo (UTI). A obra completa, que contará com três andares e um heliporto, custaria em torno de R$ 14 milhões.
Foto: Silviane Mannrich
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