Lages, 03/12/2012, Correio Lageano, Silviane Mannrich
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em 2011, apenas 6,2% dos 5.565 municípios brasileiros tinham plano municipal de redução de riscos relacionados a desastres naturais, como enchentes, deslizamentos de terra e secas. Em outros 10,1%, o plano estava em processo de elaboração.
Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que coletou os dados junto às prefeituras, a existência de planos para a prevenção e a resposta a desastres era mais comum nos municípios mais populosos. Entre aqueles com mais de 500 mil habitantes, o índice chegava a 52,6%.
Lages, como a maioria dos municípios brasileiros, não tem um plano de prevenção de risco contra fenômenos naturais. No ano passado, a Defesa Civil recebeu um certificado internacional, conferido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um município preparado para atender grande vulto, no Brasil, apenas sete cidades possuem o certificado. “Não temos como prever os desastres naturais, mas estamos preparados para atender as ocorrências, retirar as famílias das áreas de risco e encaminhar para os abrigos e ainda solicitar apoio do Corpo de Bombeiros e outras instituições, até que seja restabelecida a normalidade”, explica o coordenador da Defesa Civil de Lages, Cesário Flores.
Existe um projeto em Lages que, entre outros objetivos, mapeou as áreas de risco de desmonoramentos e alagamentos, trata-se do Plano Local de habitação de Interesse Social. O plano foi concluído em 2011 e pretende acabar ou minimizar drasticamente o número de famílias que moram em áreas de risco em 15 anos. “Os últimos condomínios habitacionais foram destinados às famílias que moram em áreas de risco”, explica a secretária municipal de Habitação Anarira Locatelli. Em um levantamento realizado pela Defesa Civil, 750 famílias vivem em áreas de risco, destas, 250, estão cadastradas na Secretaria de Habitação e já receberam propostas de realocação. Entretanto, as atendidas pelos Programas habitacionais, até o momento, somam 106. As outras famílias, receberam proposta de realocação e não aceitaram.
Projeto pretende realocar famílias do Passo Fundo
Célio Tadeu de Oliveira Branco, tem 62 anos e foi um dos primeiros moradores do bairro Passo Fundo e sempre sofreu com as enchentes. “Eu já perdi tudo. Há cerca de 20 anos perdi móveis e muitos documentos, inclusive a minha carteira de trabalho que agora está fazendo falta para eu poder me aposentar. Por isso, então, resolvi erguer a casa. Hoje a água chega até a escada, mas o cheiro de esgoto é horrível quando chove e aparecem muitos animais como ratos e cobras”, conta Célio. Atualmente ele vive com a esposa, uma filha adotiva e mais três netos.
A família de Célio, é apenas um exemplo, de tantas outras, que poderão morar em um local mais seguro. Pois um projeto que está na Secretaria da Habitação e será encaminhado para a próxima administração, prevê a construção de 220 unidades habitacionais no bairro Vila Maria, próximo ao Passo Fundo, mas em locais que não apresentam riscos de alagamentos ou desmonoramentos. “O projeto já foi encaminhado para a equipe de transição e acredito que o próximo prefeito irá dar continuidade. Nos locais de área de risco pretendemos fazer a reurbanização para que não haja novas invasões. Escolhemos um local próximo ao bairro para que as pessoas não percam o vínculo que possuem naquela região”, afirma a secretária de Habitação, Anarita.
A secretária aguarda as licenças ambientais para dar sequência ao projeto e para dar entrada ao requerimento de construção. “As famílias já foram visitadas pela equipe da secretaria, e foi solicitado que procurassem o órgão para atualizar a documentação, porém, a procura tem sido pequena”, diz Anarita.
Célio afirma que a resistência das famílias é por causa do tamanho das casas. “Como vamos nos acomodar em casas pequenas, somos famílias grandes. Também não há espaço para colocar os nossos “trens”(móveis). Quem não quer morar em uma casa nova e sem risco de perder tudo? Todos queremos, o problema é o tamanho e ainda a gente não pode aumentar a casa se não for seguir o padrão. Então fica difícil, o jeito é continuar morando aqui”, lamenta o morador.
O filho de Célio, Fabrício de Oliveira Branco, mora com a esposa e uma filha atrás da casa de Célio e já perdeu muita coisa com a enchente. “Estava construindo e perdi material de construção, como minha família é pequena, quero sair daqui, vou aproveitar as férias e levar os documentos na secretaria”, conta Fabrício.
Foto: Arquivo CL
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em 2011, apenas 6,2% dos 5.565 municípios brasileiros tinham plano municipal de redução de riscos relacionados a desastres naturais, como enchentes, deslizamentos de terra e secas. Em outros 10,1%, o plano estava em processo de elaboração.
Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que coletou os dados junto às prefeituras, a existência de planos para a prevenção e a resposta a desastres era mais comum nos municípios mais populosos. Entre aqueles com mais de 500 mil habitantes, o índice chegava a 52,6%.
Lages, como a maioria dos municípios brasileiros, não tem um plano de prevenção de risco contra fenômenos naturais. No ano passado, a Defesa Civil recebeu um certificado internacional, conferido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um município preparado para atender grande vulto, no Brasil, apenas sete cidades possuem o certificado. “Não temos como prever os desastres naturais, mas estamos preparados para atender as ocorrências, retirar as famílias das áreas de risco e encaminhar para os abrigos e ainda solicitar apoio do Corpo de Bombeiros e outras instituições, até que seja restabelecida a normalidade”, explica o coordenador da Defesa Civil de Lages, Cesário Flores.
Existe um projeto em Lages que, entre outros objetivos, mapeou as áreas de risco de desmonoramentos e alagamentos, trata-se do Plano Local de habitação de Interesse Social. O plano foi concluído em 2011 e pretende acabar ou minimizar drasticamente o número de famílias que moram em áreas de risco em 15 anos. “Os últimos condomínios habitacionais foram destinados às famílias que moram em áreas de risco”, explica a secretária municipal de Habitação Anarira Locatelli. Em um levantamento realizado pela Defesa Civil, 750 famílias vivem em áreas de risco, destas, 250, estão cadastradas na Secretaria de Habitação e já receberam propostas de realocação. Entretanto, as atendidas pelos Programas habitacionais, até o momento, somam 106. As outras famílias, receberam proposta de realocação e não aceitaram.
Projeto pretende realocar famílias do Passo Fundo
Célio Tadeu de Oliveira Branco, tem 62 anos e foi um dos primeiros moradores do bairro Passo Fundo e sempre sofreu com as enchentes. “Eu já perdi tudo. Há cerca de 20 anos perdi móveis e muitos documentos, inclusive a minha carteira de trabalho que agora está fazendo falta para eu poder me aposentar. Por isso, então, resolvi erguer a casa. Hoje a água chega até a escada, mas o cheiro de esgoto é horrível quando chove e aparecem muitos animais como ratos e cobras”, conta Célio. Atualmente ele vive com a esposa, uma filha adotiva e mais três netos.
A família de Célio, é apenas um exemplo, de tantas outras, que poderão morar em um local mais seguro. Pois um projeto que está na Secretaria da Habitação e será encaminhado para a próxima administração, prevê a construção de 220 unidades habitacionais no bairro Vila Maria, próximo ao Passo Fundo, mas em locais que não apresentam riscos de alagamentos ou desmonoramentos. “O projeto já foi encaminhado para a equipe de transição e acredito que o próximo prefeito irá dar continuidade. Nos locais de área de risco pretendemos fazer a reurbanização para que não haja novas invasões. Escolhemos um local próximo ao bairro para que as pessoas não percam o vínculo que possuem naquela região”, afirma a secretária de Habitação, Anarita.
A secretária aguarda as licenças ambientais para dar sequência ao projeto e para dar entrada ao requerimento de construção. “As famílias já foram visitadas pela equipe da secretaria, e foi solicitado que procurassem o órgão para atualizar a documentação, porém, a procura tem sido pequena”, diz Anarita.
Célio afirma que a resistência das famílias é por causa do tamanho das casas. “Como vamos nos acomodar em casas pequenas, somos famílias grandes. Também não há espaço para colocar os nossos “trens”(móveis). Quem não quer morar em uma casa nova e sem risco de perder tudo? Todos queremos, o problema é o tamanho e ainda a gente não pode aumentar a casa se não for seguir o padrão. Então fica difícil, o jeito é continuar morando aqui”, lamenta o morador.
O filho de Célio, Fabrício de Oliveira Branco, mora com a esposa e uma filha atrás da casa de Célio e já perdeu muita coisa com a enchente. “Estava construindo e perdi material de construção, como minha família é pequena, quero sair daqui, vou aproveitar as férias e levar os documentos na secretaria”, conta Fabrício.
Foto: Arquivo CL
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