quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Mulher morre com choque elétrico

Mulher morre com choque elétrico
Lages, 10/01/2013, Correio Lageano


Mariléia Aparecida Stank foi ligar a recém-comprada televisão quando levou um choque. Marido quer investigar responsabilidade



Um choque matou Mariléia Aparecida Stank, de 26 anos, na manhã de terça-feira, no condomínio Valentim Elisboa Anacleto (Tozzo), bairro Bela Vista. Ela foi ligar na tomada uma televisão nova quando recebeu a descarga elétrica. Para o marido, Cristiano Antunes, problemas de umidade podem ter contribuído para o acidente.



Antes das 9 horas, Mariléia foi ligar a televisão que a família havia comprado. Instalaram o aparelho, faltando apenas a colocação na tomada, quando ela levou o choque. Uma toalha que estava sob a televisão ficou queimada.



Mariléia estava consciente e pediu por socorro, dizia estar se sentindo muito mal. Ela ficou internada durante todo o dia e faleceu de madrugada.



Há menos de quatro meses na casa nova, Mariléia já precisou trocar a fiação de telefone por causa de infiltrações nos canos que conduzem os fios. A vizinha Michele Macedo conta que outros moradores também levam pequenos choques cotidianamente. A ‘culpa’, segundo ela, é da umidade.


Engenheiro levanta hipótese


Para o engenheiro eletricista da Celesc Gladimir Jeremias, a umidade é causa pouco provável da morte de Mariléia. Ele explica que tal característica pode provocar problemas de isolamento na rede elétrica, mas não causa choques de tal magnitude.



Uma das causas prováveis, avalia Gladimir, é um raio. Na manhã de terça chovia forte e a descarga pode ter atingido Mariléia através da antena, que provavelmente estava ligada à televisão. Outro sinal disso é a toalha que ficou queimada. “Só uma investigação pode explicar exatamente o que aconteceu.”



O engenheiro explica que um choque acima de 30 miliamperes já pode matar, desde que passe pelo coração. “Depende de onde passa, uma pessoa molhada que receba uma descarga elétrica vai ter uma sensação maior de choque, mas a corrente vai passar pela pele e é mais difícil de matar”, explica.



A umidade pode trazer mais problemas de estática, que resulta em pequenos choques não letais. Ainda assim, Gladimir ressalta que Mariléia poderia ter algum problema cardíaco, o que teria potencializado a letalidade da descarga elétrica.



Para se proteger de choques, ressalta o engenheiro, o ideal é instalar um dijuntor diferencial residual, que custa em torno de R$ 100. Este aparelho protege a rede elétrica de fugas acima de 30 miliamperes, que podem ser letais. Gladimir ressalta que esta solução não é muito difundida. “Só dá para colocar em locais com rede elétrica bem instalada, o que não é o caso da maioria das residências em Lages”, afirma.



Cristiano diz que vai procurar um advogado e investigar se a rede elétrica do prédio tem falhas de segurança. Caso isso se confirme, pretende acionar a construtora. Mariléia deixou três filhos.


Foto: Divulgação

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