Minas Gerais, 10/08/2013, Brazilian Voice
Em 31 de janeiro desse ano, Elias Lourenço Batista, de 31 anos, natural de Ipaba (MG), foi preso em sua cidade natal, quando circulava livremente pelas ruas do centro. Ele é acusado de participar no assassinato do construtor catarinense Vanderlei Szczepanik, sua esposa, Jaqueline Szczepanik, ambos de 43 anos, e o filho caçula do casal, Christopher, de 7 anos, no Estado de Nebraska.
O lageano Darcy Klein, filho de Jaqueline Szczepanik, que mora no bairro Jardim Panorâmico, em Lages.
A chacina teria ocorrido em 5 de outubro de 2009, o último dia que as vítimas foram vistas ou conversaram por telefone ou via Internet com parentes e amigos. Segundo depoimentos de alguns dos suspeitos, os corpos da família foram acomodados em sacos plásticos, amarrados com pesos e jogados em um rio.
Exames de DNA feitos na ossada encontrada no leito do rio, nas imediações da ponte onde supostamente os corpos foram jogados, revelaram que ela pertencia a Christopher, o último a ser assassinado. Vanderlei foi espancado até à morte, enquanto Jaqueline e Christopher foram enforcados no alto de uma escada, segundo testemunhos.
Elias, que é procurado pela Interpol, foi preso quando transitava no centro da cidade, publicou o diário local Cidade do Aço. No momento de sua prisão, ele disse ao Tenente Lázaro que seu advogado o havia instruído que não havia nenhuma acusação contra ele no Brasil. Ele negou sua participação no crime ocorrido nos EUA, entretanto, ainda pode ser processado judicialmente pelo Ministério Público Estadual. A Constituição brasileira não permite a extradição de seus cidadãos, independente do crime cometido no exterior.
Elias se beneficiou quando foi deportado do país antes da ocorrência das audiências no tribunal e a confissão de José Carlos Coutinho, de 37 anos, de ter planejado e executado o crime. Ele foi considerado culpado e poderá ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte por crime hediondo. Seu comparsa, Valdeir Gonçalves dos Santos, de 30 anos, poderá pegar 20 anos de detenção. Todos os 3 suspeitos trabalhavam para Vanderlei na ocasião dos crimes.
Entenda o crime:
Logo após saber do desaparecimento misterioso da mãe, padrasto e irmão caçula nos Estados Unidos, Tatiana Klein não pensou duaS vezes e deixou a cidade de Florianópolis (SC) para o município de Omaha, Nebraska.
A mudança teve como principais objetivos, acompanhar as investigações de perto e pressionar as autoridades locais a descobrirem o paradeiro de Vanderlei, sua esposa, Jacqueline, e o filho do casal, Christopher Szczepanik.
Tatiane foi uma das últimas pessoas a falar com a mãe em 16 de dezembro de 2009, talvez, o mesmo dia em que ocorreu a chacina, pois ninguém mais teve contato com a família depois dessa data. Em 16 de fevereiro de 2010, quando desembarcou no aeroporto internacional de Omaha, a brasileira foi recebida por um grupo de repórteres, porque o caso já havia sido destaque nacional nos veículos de imprensa.
“Depois de todo esse tempo, não sei se faria tudo o que fiz de novo”, analisa Klein. “Assim que cheguei, o principal suspeito do crime ainda estava solto. Fico imaginando o que poderia ter acontecido comigo”.
Na ocasião, os advogados de defesa do réu José Carlos Oliveira Coutinho, natural de Minas Gerais, fizeram um pedido incomum em nome de seu cliente. Eles pediram ao juiz para “isolar” os jurados durante o período de quatro semanas, até o julgamento do réu. Tal ação não seria somente rara, mas também caríssima, publicou o diário World Herald.
As autoridades do Condado de Douglas estimam que a decisão poderia custar ao governo local até US$ 100 mil com quartos de hotel e horas extras pagas aos representantes do xerife que monitorariam os jurados.
Entretanto, Horácio Wheelock e Todd Lancaster, advogados públicos que representam Coutinho, alegaram que a despesa não deveria influenciar a decisão dos juízes. Ao invés disso, os advogados argumentaram que, o magistrado deveria levar em consideração o dano que o excesso de publicidade poderia fazer à imagem do réu, comprometendo o seu julgamento. O juiz distrital do Condado de Douglas, Thomas Otepka, analisará o assunto, assim como outras moções.
José Carlos enfrenta três acusações de homicídio em primeiro grau. Os promotores públicos alegam que ele planejou os assassinatos em dezembro de 2009 da família brasileira Szczepanik no interior da Paul VI High School, que eles estavam reformando em South Omaha. A família de missionários evangélicos vivia há 10 anos nos EUA e planejava transformar a antiga escola em um centro para missionários de sua igreja, com sede na Flórida. As três vítimas residiam no prédio.
Os familiares de Jacqueline, Vanderlei e Christopher ainda esperam justiça. “Eles são brasileiros que assassinaram brasileiros”, disse Tatiane Klein, filha de Jacqueline, que veio aos Estados Unidos para acompanhar o julgamento. “Eu quero ter paz e paz para a minha família, para que eu possa voltar ao Brasil e recomeçar a minha vida sabendo que a justiça foi feita”.
“Ele viu o Christopher nascer, morou por anos com a minha mãe e o meu padrasto, já era considerado parte da família. Como pôde fazer isso? Por que ele matou minha família?”, Questionou ela.
Elias adiantou que não se apresentará voluntariamente a um Tribunal nos Estados Unidos e nega o seu envolvimento no crime, que chocou a opinião pública norte-americana. Ele alega que soube do homicídio triplo após ter chegado de uma pescaria e que está disposto a colaborar com as autoridades estrangeiras, mas que se entregaria ou retornaria aos Estados Unidos para se defender.
Valdeir, depois de ouvir o testemunho da esposa, Wanderlúcia Oliveira de Paula, que veio do interior de Minas Gerais especialmente para participar do julgamento em Nebraska, resolveu aceitar um acordo com a promotoria pública e pode ser condenado a 20 anos de detenção. Já Coutinho, que seria o mandante da chacina, enfrenta duas possibilidades: prisão perpétua ou a pena de morte. A sentença será decidida por 3 juízes.
Fotos: Brazilian Voice/Divulgação e Arquivo CL
Em 31 de janeiro desse ano, Elias Lourenço Batista, de 31 anos, natural de Ipaba (MG), foi preso em sua cidade natal, quando circulava livremente pelas ruas do centro. Ele é acusado de participar no assassinato do construtor catarinense Vanderlei Szczepanik, sua esposa, Jaqueline Szczepanik, ambos de 43 anos, e o filho caçula do casal, Christopher, de 7 anos, no Estado de Nebraska.
O lageano Darcy Klein, filho de Jaqueline Szczepanik, que mora no bairro Jardim Panorâmico, em Lages.
A chacina teria ocorrido em 5 de outubro de 2009, o último dia que as vítimas foram vistas ou conversaram por telefone ou via Internet com parentes e amigos. Segundo depoimentos de alguns dos suspeitos, os corpos da família foram acomodados em sacos plásticos, amarrados com pesos e jogados em um rio.
Exames de DNA feitos na ossada encontrada no leito do rio, nas imediações da ponte onde supostamente os corpos foram jogados, revelaram que ela pertencia a Christopher, o último a ser assassinado. Vanderlei foi espancado até à morte, enquanto Jaqueline e Christopher foram enforcados no alto de uma escada, segundo testemunhos.
Elias, que é procurado pela Interpol, foi preso quando transitava no centro da cidade, publicou o diário local Cidade do Aço. No momento de sua prisão, ele disse ao Tenente Lázaro que seu advogado o havia instruído que não havia nenhuma acusação contra ele no Brasil. Ele negou sua participação no crime ocorrido nos EUA, entretanto, ainda pode ser processado judicialmente pelo Ministério Público Estadual. A Constituição brasileira não permite a extradição de seus cidadãos, independente do crime cometido no exterior.
Elias se beneficiou quando foi deportado do país antes da ocorrência das audiências no tribunal e a confissão de José Carlos Coutinho, de 37 anos, de ter planejado e executado o crime. Ele foi considerado culpado e poderá ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte por crime hediondo. Seu comparsa, Valdeir Gonçalves dos Santos, de 30 anos, poderá pegar 20 anos de detenção. Todos os 3 suspeitos trabalhavam para Vanderlei na ocasião dos crimes.
Entenda o crime:
Logo após saber do desaparecimento misterioso da mãe, padrasto e irmão caçula nos Estados Unidos, Tatiana Klein não pensou duaS vezes e deixou a cidade de Florianópolis (SC) para o município de Omaha, Nebraska.
A mudança teve como principais objetivos, acompanhar as investigações de perto e pressionar as autoridades locais a descobrirem o paradeiro de Vanderlei, sua esposa, Jacqueline, e o filho do casal, Christopher Szczepanik.
Tatiane foi uma das últimas pessoas a falar com a mãe em 16 de dezembro de 2009, talvez, o mesmo dia em que ocorreu a chacina, pois ninguém mais teve contato com a família depois dessa data. Em 16 de fevereiro de 2010, quando desembarcou no aeroporto internacional de Omaha, a brasileira foi recebida por um grupo de repórteres, porque o caso já havia sido destaque nacional nos veículos de imprensa.
“Depois de todo esse tempo, não sei se faria tudo o que fiz de novo”, analisa Klein. “Assim que cheguei, o principal suspeito do crime ainda estava solto. Fico imaginando o que poderia ter acontecido comigo”.
Na ocasião, os advogados de defesa do réu José Carlos Oliveira Coutinho, natural de Minas Gerais, fizeram um pedido incomum em nome de seu cliente. Eles pediram ao juiz para “isolar” os jurados durante o período de quatro semanas, até o julgamento do réu. Tal ação não seria somente rara, mas também caríssima, publicou o diário World Herald.
As autoridades do Condado de Douglas estimam que a decisão poderia custar ao governo local até US$ 100 mil com quartos de hotel e horas extras pagas aos representantes do xerife que monitorariam os jurados.
Entretanto, Horácio Wheelock e Todd Lancaster, advogados públicos que representam Coutinho, alegaram que a despesa não deveria influenciar a decisão dos juízes. Ao invés disso, os advogados argumentaram que, o magistrado deveria levar em consideração o dano que o excesso de publicidade poderia fazer à imagem do réu, comprometendo o seu julgamento. O juiz distrital do Condado de Douglas, Thomas Otepka, analisará o assunto, assim como outras moções.
José Carlos enfrenta três acusações de homicídio em primeiro grau. Os promotores públicos alegam que ele planejou os assassinatos em dezembro de 2009 da família brasileira Szczepanik no interior da Paul VI High School, que eles estavam reformando em South Omaha. A família de missionários evangélicos vivia há 10 anos nos EUA e planejava transformar a antiga escola em um centro para missionários de sua igreja, com sede na Flórida. As três vítimas residiam no prédio.
Os familiares de Jacqueline, Vanderlei e Christopher ainda esperam justiça. “Eles são brasileiros que assassinaram brasileiros”, disse Tatiane Klein, filha de Jacqueline, que veio aos Estados Unidos para acompanhar o julgamento. “Eu quero ter paz e paz para a minha família, para que eu possa voltar ao Brasil e recomeçar a minha vida sabendo que a justiça foi feita”.
“Ele viu o Christopher nascer, morou por anos com a minha mãe e o meu padrasto, já era considerado parte da família. Como pôde fazer isso? Por que ele matou minha família?”, Questionou ela.
Elias adiantou que não se apresentará voluntariamente a um Tribunal nos Estados Unidos e nega o seu envolvimento no crime, que chocou a opinião pública norte-americana. Ele alega que soube do homicídio triplo após ter chegado de uma pescaria e que está disposto a colaborar com as autoridades estrangeiras, mas que se entregaria ou retornaria aos Estados Unidos para se defender.
Valdeir, depois de ouvir o testemunho da esposa, Wanderlúcia Oliveira de Paula, que veio do interior de Minas Gerais especialmente para participar do julgamento em Nebraska, resolveu aceitar um acordo com a promotoria pública e pode ser condenado a 20 anos de detenção. Já Coutinho, que seria o mandante da chacina, enfrenta duas possibilidades: prisão perpétua ou a pena de morte. A sentença será decidida por 3 juízes.
Fotos: Brazilian Voice/Divulgação e Arquivo CL
Nenhum comentário:
Postar um comentário