Otacílio Costa, 06/02/2014 Correio Otaciliense
Toras são encontradas com frequência na rodovia
A madeira é a grande fonte de renda em Otacílio Costa e
alguns municípios vizinhos. Acontece que essa grande peça na economia da
região, muitas vezes pode causar danos à sociedade.
Quem trafega pela SC 114, consegue encontrar com frequência toras
caídas nas laterais da pista, provavelmente resultado de cargas mal
arrumadas.
Um dos trechos da rodovia, que apontam o maior número de toras na pista, é entre Otacílio Costa e o município de Palmeira.
O sargento Aldoir Shenato, do posto da Polícia Rodoviária de
Palmeira, conta que recentemente dois veículos se envolveram em
acidentes causados por esse tipo de problema.
Ele adianta que a responsabilidade não é de quem faz o
carregamento das cargas e sim dos motoristas, que devem verificar a
carga antes de seguir viagem. “O motorista deve verificar se a carga
está segura e bem arrumada. Se a carga estiver em condições inviáveis de
transitar o motorista deve corrigir”, orientou.
Conforme o inciso II do artigo 231 do Código de Trânsito
Brasileiro, o motorista que transitar com veículo derramando, lançando
ou arrastando sobre a via, a carga que está transportando, comete
infração gravíssima. A medida administrativa, neste caso, é a retenção
do veículo, até que a carga seja regularizada. “Quem recebe a penalidade
é o condutor do veículo e não o proprietário” informou o sargento.
Ele esclarece ainda que todos os dias são fiscalizadas todos os
tipos de cargas, principalmente as com carregamento de madeira. “A
fiscalização deve continuar intensa, em relação a cargas. O objetivo é
diminuir cada vez mais o índice de toras na pista”, concluiu.
Empresas investem na conscientização dos motoristas
O sócio administrativo da Transportadora Bertuol, Antônio Carlos,
explica que muita coisa está sendo feita para a conscientização dos
motoristas. “Temos um comitê das transportadoras, onde realizamos uma
vez por mês, reuniões para trabalhar na conscientização dos motoristas”,
informou, dizendo que entre os temas debatidos estão, excesso de
velocidade, verificação de carga, excesso de peso, entre outros.
Ele observa que para cada pacote de toras são usadas duas cintas, e uma de reserva, para alguma eventualidade.
Antônio conta que 130 caminhões da empresa, transportam madeira
para a empresa Klabin, ele estima ainda que aproximadamente 400
caminhões em toda a região fornecem madeira para empresa de papel.
O empresário relata que a Klabin investiu em placas indicativas, em
diversos lugares adequados, onde os motoristas, não somente podem, mas
devem fazer paradas para verificar se a carga está segura e realizar o
reaperto. “Inclusive existe uma empresa contratada que faz blitz, para
verificar as cargas”, esclareceu.
Problema está no tamanho das toras
Antônio analisa que um dos fatores que contribuem para que as toras
caiam dos caminhões, é o tamanho delas. Ele informa que a tora de
2m40cm, é uma das mais transportadas, e uma das que mais apresentam
riscos de cair.
Ele diz ainda que a empresa Klabin, pretende fazer um investimento
de mudança no setor do pátio de madeira para tentar resolver o problema.
“A mudança nas máquinas, deve ocorrer para a empresa receber toras de
metro, o que diminuiria representativamente o número de toras que caem
das cargas”, ponderou.
O empresário avalia que muita gente comenta sobre o excesso de peso
dos caminhões, mas ele informa que o peso está totalmente dentro da
regularidade permitida, que segundo ele, é de 57 toneladas, com 5% de
tolerância para caminhões de sete eixos, que são os mais utilizados.
Para Antônio, muitos fatores ainda agregam-se ao problema, um deles, é o mau estado da rodovia.
O empresário conclui que as transportadoras estão trabalhando forte
na conscientização de seus condutores. “O trabalho na conscientização é
intenso, mas trabalhamos com humanos, e humanos podem errar a qualquer
momento. Não queremos que aconteça, mas ninguém pode garantir que os
problemas com toras caídas irão parar”, finalizou.
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