quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mudança no atendimento de saúde gera conflito

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Curitibanos, 26/02/2014 A Semana
 
Antes da mudança, cerca de oito mil pacientes eram atendidos no Bom Jesus
 
 A alteração realizada pela Secretaria de Saúde, em alguns postos de saúde de Curitibanos, tem deixado alguns munícipes descontentes. Trata-se de uma readequação de área, que fez com que algumas pessoas que eram atendidas no posto de saúde do bairro onde residem fossem transferidas para atendimento em unidade de saúde de outro bairro.
De acordo com a auxiliar de produção e moradora do bairro Bom Jesus Soliane Godoi, a situação traz transtornos aos moradores, que têm de se deslocar, ainda de madrugada, para outro bairro, para pegar ficha de atendimento. Ela frisa que mora no bairro Bom Jesus há muitos anos e, por mais que seja conhecido como um bairro perigoso, é onde todos a conhecem e onde se sente mais segura. “Estou indignada com essa mudança, que representa riscos às nossas famílias. Temos de ir, de madrugada, ao São José, onde inclusive teve caso de assalto de um morador na última semana”, reclama Soliane.
Ela critica, também, o fato de a alteração não ter sido debatida entre os moradores, que, por não terem outra opção, são obrigados a acatar a mudança. “Quem teve essa ideia e fez essa mudança, certamente, leva o filho a médicos particulares e não depende de atendimento do SUS, como nós. São esses que ainda vão pedir voto no nosso bairro”, desabafa a moradora.
Segundo a secretária de Saúde Carine Tatsch, a mudança se fez necessária para adequar o posto de saúde de alguns bairros ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (Pmaq), em que é permitido atendimento de 3,5 mil pessoas por unidade de saúde. “No bairro Bom Jesus, cerca de oito mil pessoas eram atendidas. Tivemos de reestruturar o atendimento para que a população tenha atendimento de qualidade e para que a unidade não perca a verba do Pmaq”, explica Carine.
Conforme a secretária, outros bairros também passaram pela reestruturação, a exemplo dos pacientes que eram atendidos no posto do São Luiz e foram remanejados para o São Francisco e do Santo Antônio para o São Luiz e São Francisco. “Estamos estudando outras possibilidades, mas, para montar uma nova equipe de atendimento, encontramos dificuldade na contratação e de recursos para manter novos profissionais”, lamenta Carine.
De acordo com a diretora de Saúde Luely Kadowaki, a medida de reestruturação é a que menos prejudica a população. Ela explica que, conforme a localização das residências, foi redesenhado o mapa e divido o atendimento, mas casos de emergência são atendidos em qualquer unidade de saúde. “Temos médicos em todos os postos de saúde e casos urgentes são atendidos em qualquer unidade. Não negamos atendimento a nenhum paciente, o que fizemos foi adequar o atendimento para não perder os recursos e para que a população não seja mal atendida”, finaliza Luely.

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