Otacílio Costa, 29/07/2014 Correio Otaciliense
Há duas semanas atrás, mais precisamente na madrugada
do dia, 12, uma mulher foi atacada por um homem, quando estava a caminho
de seu trabalho. Conforme relato da própria vítima, que preferiu não se
identificar, era por volta de seis horas quando tudo aconteceu. “Eu
estava caminhando na Avenida Olinkraft, quando ele começou a passar de
moto por mim, passou várias vezes. Mas, quando eu estava próxima da
APAE, ele me alcançou, e mesmo andando, começou a me passar a mão e a
resmungar palavrões”, comentou ela. Segundo a mulher, instantes depois, o
homem atravessou a moto em sua frente, desceu, e veio ao seu encontro,
com as calças abaixadas.
Ela conta que percebeu uma colega de trabalho descendo a rua
debaixo, então tentou correr. “Quando eu tentei atravessar a rua, ele me
juntou no cabelo e começou a me bater com o capacete, me dar socos e
chutes. Ele foi descendo o morro comigo, então eu tentei reagir porque
ele tentava tirar a minha roupa, mas eu conseguia segurar, então ele
ficava mais furioso”, disse.
A mulher conta que gritava para sua amiga, mas o homem não
percebia. “Eu pensei vou gritar para a minha colega, assim ele vai ficar
com medo e me soltar. Mas eu não sabia que ele era surdo, até imaginei
que ele estava bêbado, por que só resmungava”, comentou. Ela contou
ainda que o indivíduo a agrediu bastante. “Ele me bateu bastante, meu
olho ficou bastante roxo. Minha cabeça doía muito, fiquei uns quatro
dias sem poder pentear o cabelo”, relatou.
Foram momentos de terror
A mulher analisa que foram os piores momentos de sua vida, pois
chegou a imaginar que iria morrer. “Ele tentava trancar a minha
respiração, apertava muito minha cabeça. Primeiro eu tinha medo dele
conseguir o que queria, depois tinha medo de morrer”, lamentou. Ela
afirma que o tarado não deixava ela ver o seu rosto, toda vez que ela
tentava olhar pra trás, ele a batia com mais força. “Um momento ele me
derrubou no chão, foi quando eu consegui ver o rosto dele, nunca mais
esqueci a imagem daquele monstro”, declarou.
A vítima diz que sua amiga ficou com medo do homem estar armado e
foi pedir ajuda a uma pessoa que mora próximo ao local. “Quando a minha
amiga veio com o vizinho do local, ele saiu correndo, pegou a moto e
fugiu. Antes, ele não tinha percebido, pois o local tinha muito pouca
iluminação”, contou.
O fato gerou um grande constrangimento na mulher, tanto que ela não
conseguia mais nem escutar um ronco de moto. “Agora não ando mais
sozinha nesse horário, meu marido vem me trazer. Deixo um alerta para as
outras mulheres para não mais andar sozinha durante à noite, pois é
perigoso”, concluiu.
Local é completamente escuro
Estivemos no local onde o fato ocorreu, e realmente há pouca
iluminação no período noturno. Uma moradora da rua, que também preferiu
não se identificar, já havia nos alertado sobre a situação do local.
Ela conta que em alguns dias da semana precisa sair de madrugada
para pegar a Van, que o leva até o seu trabalho em Correia Pinto. “A
minha segurança e das outras mulheres está em jogo, até mesmo a
segurança dos homens, por que o local é propício para ocorrerem roubos e
outros delitos”, analisou.
O fato de o local possuir pouca iluminação gera medo na moça. “Além
de escuro, ao lado da rua existe uma terreno vago, tomado pelo mato, da
muito medo de passar por ali”, narrou.
Ela comenta que já entrou em contato há muito tempo com a
prefeitura, mas o problema não foi resolvido. “Até agora não tivemos
retorno, eles disseram que iam verificar, mas até agora o problema não
deixou de existir. Já aconteceu a primeira vez, para acontecer a segunda
não é difícil”, concluiu.
O secretário de planejamento, Jean Lins, disse que até então não
tinha conhecimento da situação. “Iremos fazer um projeto e encaminhá-lo à
CELESC para aprovação”, declarou Lins.
Suspeito foi preso
A Polícia Civil de Otacílio Costa prendeu na tarde de quarta-feira,
22, Cleiton Alves Fernandes, 21, suspeito de ter sido o autor do ataque
à mulher, no amanhecer do dia 12. O indivíduo foi detido pela polícia
próximo a sua residência no bairro Bem Morar.
Cleiton foi encaminhado ao presídio Regional de Lages, onde deve permanecer recolhido à disposição da justiça.
Conforme o delegado Raphael Barbosa, o suspeito, no entanto, não se
enquadra nas características do elemento que atacava mulheres nas
proximidades da bomba da água da empresa Klabin, no bairro Igaras.
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