segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Vegetação na rede causa mais queda de energia na área rural


Vegetação na rede causa mais queda de energia na área rural
Lages, 29/10/2012, Correio Lageano por Francieli Campiollo



Os casos acontecem mais na área rural, onde há plantação de pinus e eucalipto, e queimadas


A fiação próxima à vegetação é a principal causa de queda de energia. A regional em Lages das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) abrange 24 municípios e a área rural é onde há mais ocorrência, já que a maior parte da rede é concentrada nesses locais.



Ventos fortes e temporais balançam e derrubam galhos que, por vezes, caem sobre a rede elétrica. Semana passada, Lages e outras cidades da região sofreram com chuva e ventos acima da média. As 27 equipes da Celesc ainda estão solucionando os problemas.



A regional de Lages tem 9 mil e 400 km² de área territorial, em torno de 17 mil km de rede de alimentadores, que integram o abastecimento de energia elétrica. O gerente, Etamar Eger, ressalta que além do vento, as queimadas de pasto também atrapalham a rede. A população planta pinus e eucalipto próximos aos fios e postes, o que propicia interferências. No caso do eucalipto, é mais agravante porque o tronco da árvore dobra e volta ao estado normal com o vento. Assim, bate na rede e é difícil saber onde é o defeito. Por isso, a demora em solucionar o problema.  



Ainda há a época em que a casca começa a soltar e é levada pelo vento, enroscando na rede. Já o pinus provoca queima e é possível ver onde ocorreu a ruptura do fio. Eger explica que nada impede a pessoa de plantar milho, soja, feijão e pastagem embaixo da rede. O que não pode é a vegetação que cresce.



Quando é vegetação nativa, é preciso fazer todo um processo com a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) para retirar a árvore e plantar em outro lugar. A poda na área rural é feita pela Celesc. Na área urbana, o primeiro passo é acionar a Defesa Civil, se tiver ocasionando risco, a pessoa contrata alguém para cortar e a Celesc desliga a rede para se trabalhar com segurança.



No interior, o que estiver interferindo é cortado, as vezes não precisa derrubar a árvore toda, mas é possível retirar os galhos. Em 2012, a Celesc gastou R$ 2 milhões com a roçada. Para o próximo ano devem ser feitas mais roçadas.



Pedidos em aberto são vários


Na manhã de sexta-feira (26), havia 112 ordens de serviço em aberto. A queda de energia foi causada pela chuva e vento da semana passada, que deixou cerca de 3006 consumidores sem luz na área que a regional abrange. Em fevereiro deste ano, moradores do bairro Cruz de Malta ficaram três dias no escuro por conta da vegetação nos fios de energia. Na época, Romilda Felisbino perdeu a compra do mês porque a geladeira ficou desligada.



A reportagem do Correio Lageano voltou ao local. “Tiraram as árvores de perto da rede, essa semana caiu uma vez, mas logo arrumaram”, diz. Ela conta que ficou duas horas sem energia neste dia. Depois da roçada, a frequência da queda na rede é menor.




Outros casos em Lages



Na frente do campus da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), foram retiradas árvores que previam risco. Do outro lado da avenida Camões, Eger afirma que é preciso derrubar cedros e, nos fundos do 10º Batalhão de Engenharia de Construção, os pinus altos também chegam à rede elétrica.


Foto: Francieli Campiollo

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