Lages/Serra Catarinense, 22 e 23/12/2012, Correio Lageano, por Suzani Rovaris
Santa Catarina já foi o maior produtor de mel do país, mas deixou de ocupar esse posto nos últimos anos para o Sudeste. Apesar disso, o Estado ainda é referência nacional, por ter se desenvolvido muito no setor.
No ano passado, a safra 2011/2012 obteve oito mil toneladas em todo o Estado, sendo que a média é de seis mil toneladas. Na Serra Catarinense, a média é 900 toneladas.
Com início em junho deste ano e término em julho do ano que vem, a expectativa para a safra 2012/2013 não é tão positiva.
O motivo observado pelos apicultores pode estar ligado ao clima. Acreditam que o período de floração foi mais curto e portanto, menos tempo para as abelhas trabalharem.
Para os próximos anos, não há expectativa de grandes produções, pois o setor vem sofrendo uma leve crise decorrente da falta de abelhas, como aconteceu em 2009 e 2010.
Órgãos e entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Banco do Brasil e associações de apicultores trabalham em parceria com os produtores para o melhor desenvolvimento do setor.
Um plano de estudos sobre a migração das abelhas também está sendo desenvolvido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura. Os profissionais querem entender quais os principais motivos que têm provocado a morte destes insetos ou simplesmente ocasionado a migração dessas abelhas de uma áreas para outra.
Até hoje, o que se tem registrado sobre esses fenômenos é descrito por meio das observações dos apicultores. Na Serra Catarinense, 1.868 pessoas trabalham com a apicultura. Em toda a região são 52.025 colmeias.
Bom Retiro, Urubici, Bocaina do Sul e São Joaquim são os maiores produtores de mel na região. Estes municípios produzem as duas variedades de mel: o floral, fabricado a partir do néctar das flores, e de melato, fabricado a partir de secreções da bracatinga.
Uma curiosidade sobre o mel de melato é que só pode ser fabricado a cada dois anos. Este foi um ano de produção e 2013 não será. É por isso também, que os apicultores acreditam que em 2013 a produção seja menor, além disso o valor do mel de melato pode chegar a 20% superior que o mel floral.
A região sul de Santa Catarina é a maior produtora de mel. Mas, de acordo com a Epagri de Lages, existe muita migração de apicultores para estes municípios, em função de logística e porque há reflorestamento de eucalipto, onde a florada é muito intensa nestas áreas.
Setor registra leve crescimento
Desde 2009, a produção de mel na Serra Catarinense está em decadência. Em 2010/2011, a perda de colmeias na região chegou a 80%. Mas o setor está confiante, pois registrou leve crescimento na produção.
Segundo a Epagri, não é raro acontecer a migração dessas abelhas de uma área para outra ou simplesmente morrerem. “Uma colmeia é como uma cidade. Se a população começa a ficar doente e não tem mais transporte, água, alimentação, as pessoas começam se mudar para outras cidades e esta se acaba. É assim com as abelhas, a colmeia toda fica desestruturada”, observa o engenheiro agrônomo da Epagri Saulo Luiz Poffo.
Essa redução na produtividade está associada a diversos fatores, mas nenhum foi comprovado cientificamente. A falta de alimento, excesso de agrotóxicos, mudanças climáticas, novas doenças e poluição do meio ambiente podem ser os principais motivos.
Embora a apicultura tenha sofrido nos últimos anos, a recuperação ainda pode acontecer. A safra 2011/2012, por exemplo, conseguiu se recuperar um pouco depois da crise.
As abelhas mais resistentes sobreviveram e as condições climáticas favoreceram.
O nosso inverno não foi tão rigoroso e nem tão úmido. Além disso, conforme a Epagri, algumas das abelhas que morreram, deixaram suas crias na colmeia e essas formaram novas famílias.
Em setembro de 2011, a Secretaria de Agricultura disponibilizou sete técnicos em apicultura para orientar os apicultores. Esse trabalho está acontecendo em todo o Estado e através dele, os produtores têm acesso às novas tecnologias que contribuem para o melhoramento do setor.
Exportação: 90% do produzido são exportados
O Brasil produz de 40 a 50 mil toneladas por ano. O brasileiro consome 200 gramas per/capita por ano. Cerca de 90% do que é produzido é exportado para a Alemanha e Estados Unidos, o restante é vendido diretamente do produtor para as famílias.
Sem inspeção, não há comercialização
O ser humano não vive sem as abelhas
Benefícios do mel
O própolis
Veneno da abelha
Efeito das ferroadas
Produção de mel no Estado
Fotos: Suzani Rovaris
Santa Catarina já foi o maior produtor de mel do país, mas deixou de ocupar esse posto nos últimos anos para o Sudeste. Apesar disso, o Estado ainda é referência nacional, por ter se desenvolvido muito no setor.
No ano passado, a safra 2011/2012 obteve oito mil toneladas em todo o Estado, sendo que a média é de seis mil toneladas. Na Serra Catarinense, a média é 900 toneladas.
Com início em junho deste ano e término em julho do ano que vem, a expectativa para a safra 2012/2013 não é tão positiva.
O motivo observado pelos apicultores pode estar ligado ao clima. Acreditam que o período de floração foi mais curto e portanto, menos tempo para as abelhas trabalharem.
Para os próximos anos, não há expectativa de grandes produções, pois o setor vem sofrendo uma leve crise decorrente da falta de abelhas, como aconteceu em 2009 e 2010.
Órgãos e entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Banco do Brasil e associações de apicultores trabalham em parceria com os produtores para o melhor desenvolvimento do setor.
Um plano de estudos sobre a migração das abelhas também está sendo desenvolvido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura. Os profissionais querem entender quais os principais motivos que têm provocado a morte destes insetos ou simplesmente ocasionado a migração dessas abelhas de uma áreas para outra.
Até hoje, o que se tem registrado sobre esses fenômenos é descrito por meio das observações dos apicultores. Na Serra Catarinense, 1.868 pessoas trabalham com a apicultura. Em toda a região são 52.025 colmeias.
Bom Retiro, Urubici, Bocaina do Sul e São Joaquim são os maiores produtores de mel na região. Estes municípios produzem as duas variedades de mel: o floral, fabricado a partir do néctar das flores, e de melato, fabricado a partir de secreções da bracatinga.
Uma curiosidade sobre o mel de melato é que só pode ser fabricado a cada dois anos. Este foi um ano de produção e 2013 não será. É por isso também, que os apicultores acreditam que em 2013 a produção seja menor, além disso o valor do mel de melato pode chegar a 20% superior que o mel floral.
A região sul de Santa Catarina é a maior produtora de mel. Mas, de acordo com a Epagri de Lages, existe muita migração de apicultores para estes municípios, em função de logística e porque há reflorestamento de eucalipto, onde a florada é muito intensa nestas áreas.
Setor registra leve crescimento
Desde 2009, a produção de mel na Serra Catarinense está em decadência. Em 2010/2011, a perda de colmeias na região chegou a 80%. Mas o setor está confiante, pois registrou leve crescimento na produção.
Segundo a Epagri, não é raro acontecer a migração dessas abelhas de uma área para outra ou simplesmente morrerem. “Uma colmeia é como uma cidade. Se a população começa a ficar doente e não tem mais transporte, água, alimentação, as pessoas começam se mudar para outras cidades e esta se acaba. É assim com as abelhas, a colmeia toda fica desestruturada”, observa o engenheiro agrônomo da Epagri Saulo Luiz Poffo.
Essa redução na produtividade está associada a diversos fatores, mas nenhum foi comprovado cientificamente. A falta de alimento, excesso de agrotóxicos, mudanças climáticas, novas doenças e poluição do meio ambiente podem ser os principais motivos.
Embora a apicultura tenha sofrido nos últimos anos, a recuperação ainda pode acontecer. A safra 2011/2012, por exemplo, conseguiu se recuperar um pouco depois da crise.
As abelhas mais resistentes sobreviveram e as condições climáticas favoreceram.
O nosso inverno não foi tão rigoroso e nem tão úmido. Além disso, conforme a Epagri, algumas das abelhas que morreram, deixaram suas crias na colmeia e essas formaram novas famílias.
Em setembro de 2011, a Secretaria de Agricultura disponibilizou sete técnicos em apicultura para orientar os apicultores. Esse trabalho está acontecendo em todo o Estado e através dele, os produtores têm acesso às novas tecnologias que contribuem para o melhoramento do setor.
Exportação: 90% do produzido são exportados
O Brasil produz de 40 a 50 mil toneladas por ano. O brasileiro consome 200 gramas per/capita por ano. Cerca de 90% do que é produzido é exportado para a Alemanha e Estados Unidos, o restante é vendido diretamente do produtor para as famílias.
Sem inspeção, não há comercialização
- Para comercializar, o apicultor precisa estar legalizado com a vigilância sanitária e deverá ter autorização do Serviço de Inspeção Municipal, Estadual ou Federal. A Serra Catarinense possui apicultores com autorizações nos três modelos. Um em Lages, com o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), em Bom Retiro, com o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e em São Joaquim, com o Serviço de Inspeção Federal (SIF).
O ser humano não vive sem as abelhas
- Muitas pessoas associam a abelha ao mel, mas o principal papel da abelha é a polinização. Albert Einstein já dizia: “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais e sem animais não haverá raça humana”.
- Em uma região sem abelhas, 80% dos produtos agropecuários terão qualidade inferior. A maçã, por exemplo, sem a polinização, cresce torta. Não é à toa, que as abelhas existem há mais de 50 milhões de anos e desde então vêm sofrendo influências com o tempo.
Benefícios do mel
- É o alimento que possui açúcar glicose e açúcar frutose, bem como minerais e vitaminas. É um alimento energético e ainda possui propriedades medicinais, como os xaropes e pastilhas. O açúcar do mel prontamente absorvido pelo organismo, ao contrário dos açúcares normais.
O própolis
- É uma substância produzida pelas abelhas e formada por ceras e resinas. Composto por cerca de 150 princípios ativos de saúde, que podem ajudar a ficar em boa forma. Entre os princípios ativos, o própolis contém vitaminas, muitos minerais naturais, ácidos fenólicos e anti-sépticos naturais. A medicina utiliza mais as substâncias do própolis do que do mel.
Veneno da abelha
- O veneno, conhecido como apitoxina é usado no tratamento de doenças, essa prática é conhecida como apiterapia.
Efeito das ferroadas
- Acima de 30 ferroadas, uma pessoa normal corre riscos, mas quem possui alergia, apenas uma já é o suficiente para levar à morte.
Produção de mel no Estado
- 2002 a 2009 um total de 6.000 t
- 2010 a 2011 um total de 1.200 t
- 2011 a 2012 um toal de 1.380 t
Fotos: Suzani Rovaris
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