sábado, 22 de dezembro de 2012

Radar da BR-282 divide opiniões e é depredado

Radar da BR-282 divide opiniões e é depredado
Lages, 22 e 23/12/2012, Correio Lageano, por Susana Küster


Sinalização foi colocada apenas de um lado, mas radar fiscaliza nos dois


O radar instalado no Km 221 da BR-282, próximo ao cemitério Parque da Saudade, em Lages, está causando revolta nos motoristas, que não concordam com este tipo de fiscalização. Na noite de quinta-feira (20), o aparelho foi incendiado.



Não é a primeira vez que um radar da região é destruído. Segundo informações do Dnit de Lages, em São José do Cerrito, próximo ao Colégio Agrícola, um caminhão bateu duas vezes, propositalmente, em um radar para tirá-lo de operação.



O assessor de imprensa do Dnit em Lages, Edson Varela, diz que seis mil veículos passam por dia neste radar. Porém, o Dnit em Florianópolis e o de Brasília, não sabem informar a quantidade de multas emitidas pelos radares instalados na região.



Somente o número de multas no Brasil foi divulgado, mais de 1,2 milhão de notificações foram registradas em cinco meses. A maioria dos motoristas que passa pelo radar colocado próximo ao Cemitério Parque da Saudade, em Lages, avalia como sendo  desnecessário o equipamento no local.



Eles acreditam que por existir uma rótula antes do radar, a maioria dos motoristas já reduz a velocidade. Há muita reclamação sobre a falta de sinalização do local. De quem vai em direção a Florianópolis, há placas de sinalização indicando a velocidade permitida de 60 Km/h. Porém, não há nenhuma placa no sentido inverso da rodovia.


CL denuncia falta de segurança na BR-282


O objetivo foi cobrar das autoridades a reforma da pista, que apresentava sérios problemas colocando em risco a vidas dos usuários.



Em abril, antes da série completar dois meses, noticiamos que 20 pessoas já haviam perdido a vida. Em apenas 56 dias foram 546 acidentes nos 680 quilômetros da estrada que corta o Estado de Leste a Oeste.



Entre Lages e Paraíso, existem, 64 cruzes na beira da BR-282. Grandes, pequenas, diferentes macabras. Algumas têm nome, e com uma rápida pesquisa na internet é possível encontrar os motivos, e, até fotos. Em outras, não existe identificação, e a imaginação sobre o que ocorreu se desperta. No km 600, duas cruzes, uma atrás da outra, com uma inscrição: “aqui foi ceifada a vida de um jovem”.



Quem gosta de falar sobre os acidentes são os moradores de Ponte Serrada. Isso porque quase todo mundo tem um conhecido que foi atropelado ou bateu o carro na BR-282. Lá é o final da circunscrição da delegacia de Joaçaba que precisa atender, além da cidade, outros pontos perigosos como a Curva da Santa, lugar de 40 acidentes no ano de 2011.


Radares foram instalados nos trechos mais perigosos


Os trechos que acontecem mais acidentes são os que receberam os radares. As velocidades permitidas variam de 40 até 100 Km/h. Na Serra Catarinense, foram implantados radares no perímetro urbano de Lages, um em Bocaina do Sul, após o trevo, próximo de uma escola. O outro fica em Bom Retiro, exatamente duas curvas antes do posto Janaína, no trevo que dá acesso a Urubici e São Joaquim.



Em Alfredo Wagner, o radar fica na curva que fica logo após o trevo. Outra unidade está entre Alfredo Wagner e Rancho Queimado. Fica próximo de um mirante que desbarrancou nas últimas chuvas, por isso a velocidade no local é de 60 km/h. O Dnit também instalou o equipamento um pouco antes de Águas Mornas.


Dnit instala dois mil equipamentos


Ao todo, neste ano, foram instalados 2.696 equipamentos de radar, que vão monitorar 5.392 faixas de trânsito pelo prazo de cinco anos. O controle de velocidade é uma iniciativa do Dnit para aumentar a segurança dos usuários de rodovias federais, definido a partir de estatísticas da autarquia. Em todo o mundo, diversos estudos comprovam as vantagens da redução da velocidade para um trânsito mais seguro.



De acordo com dados da Conferência Global sobre o Uso da Tecnologia para Aumentar a Segurança nas Rodovias, realizada em Moscou em 2009, reduzir a velocidade em 1% leva a uma diminuição de 2% no número de feridos leves, 3% menos feridos graves e 4% menos mortos.



As vantagens também são econômicas. Em 2008, foram gastos aproximadamente R$ 6,4 bilhões com acidentes nas rodovias federais.



Você acha certo ter o radar neste trecho da rodovia?

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