quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Acesso bloqueado na BR-116 causa revolta de moradores e transtornos à Vossko

Acesso bloqueado na BR-116 causa revolta de moradores e transtornos à Vossko
Lages, 31/01/2013, Correio Lageano, por Suzani Rovaris


Caminho alternativo usado pela empresa de alimentos está gerando problemas, pois o trecho, antes intransitável, é mais longo e oferece riscos a motoristas e moradores. Secretaria de Planejamento irá apresentar opção ao prefeito de Lages



O novo acesso à empresa alemã Vossko do Brasil tem produzido transtornos para quem trafega pelo trecho, para os moradores da área e principalmente à empresa.  A interdição foi feita pela concessionária responsável pela BR-116, por questões de segurança, mas até agora só tem causado transtornos.



Até o dia 7 de janeiro, a principal entrada e saída de veículos para a Vossko do Brasil e o grupo Transmissoras Brasileiras de Energia (TBE) era na BR-116, após o KM-239, sentido Sul. Depois disso, a Autopista Planalto Sul bloqueou.



Como alternativa, a Vossko criou um acesso secundário que passa ao lado da chácara da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). A estrada é de chão e tem 1,5 quilômetro. O diretor da Vossko, Joaquim Gerechet, conta que a empresa precisou melhorar a estrada com cascalho para tapar os buracos.



Ele acrescenta que a diretoria está desanimada e conta que semana passada, clientes da Finlândia visitaram o local e ficaram assustados. “Eles não acreditaram na quantidade de poeira e informaram que só vão voltar quando o acesso estiver pronto. Além disso, outras empresas visitam a área para futuros investimentos, mas ficam desanimadas”, afirma Joaquim.



Segundo o gerente, o melhoramento dos acessos deveria ser da prefeitura. “O nosso serviço é produzir e gerar emprego e do poder público é garantir bons acesso”, afirma. De acordo com o gerente industrial, Christian Wilkenshoff, a cada seis meses os funcionários são premiados e o valor total chega a R$ 200 mil. “Esse dinheiro vai diretamente para o comércio lageano, assim como os salários dos funcionários, em contrapartida, é dessa maneira que somos retribuídos”, diz.



A unidade emprega 450 funcionários e está entre as dez maiores empresas de Lages. Exporta cerca de R$ 8 milhões a R$ 9 milhões e possui um faturamento de R$ 100 milhões ao ano. O fluxo diário de veículos passa de 100, e de pessoas, mais de 500.



Moradores reclamam



No acesso alternativo, existem cerca de 30 moradores, que estão indignados com a situação. A dona de casa e representante comercial Vera Lúcia Alano diz que já pensou em se mudar em função dos transtornos.



Ela conta que antes a área era silenciosa, pois dificilmente passava um carro. “Hoje, a poeira é demais. Não podemos deixar roupa na rua, a casa não fica limpa, não podemos usar a piscina. Às vezes molhamos a rua, mas não abusamos pela falta de água e o desperdício, mas não tem condições de viver assim”.



O morador e proprietário da fábrica de embalagens, Tecopel, Alyz Correa, conta que nos últimos 15 dias teve dificuldade para dormir em função da poeira e o tempo seco, inclusive, a filha está sofrendo de rinite. “Nunca deu nenhum tipo de alergia nela”, afirma.



O secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Carlos Pinheiro, informou que a secretaria tem uma solução para o fechamento do acesso, mas acrescentou que não pode dar maiores detalhes, pois precisa apresentar ao prefeito, Elizeu Mattos, antes da divulgação.



Em 2004, a então gestão administrativa desenvolveu um projeto. O desenho mostra os dois acessos até a Vossko do Brasil e sugere um acostamento na BR-116 para tornar regular o acesso que foi fechado pela Autopista Planalto Sul. Desde essa época a obra nunca saiu do papel.



Na última terça-feira, uma reunião foi realizada entre a Autopista Planalto, secretários municipais e técnicos. De acordo com a assessoria de comunicação da concessionária, os secretários municipais se comprometeram em retomar o projeto realizado em 2004 e acrescentou que a interdição foi uma determinação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).



A agência define que, até fevereiro, todos os acessos irregulares (municipais ou privados), sejam bloqueados, explica a concessionária. A assessoria explica ainda que a Autopista só vai liberar o acesso quando iniciarem as obras de acostamento.



O funcionário da Secretaria de Obras Wilson Sá disse que a administração pública está empenhada em resolver o problema que afeta centenas de pessoas, inclusive, o próprio município. “Não queremos adiar a solução em tempo desnecessário. Esse vai ser um dos nossos principais compromissos”, concluiu.



O Correio Lageano entrou em contato com a ANTT para maiores esclarecimentos, mas não obteve respostas.



Rota alternativa não é segura



O acesso bloqueado pela Autopista Planalto Sul foi fechado por ser irregular. O acesso que a Vossko do Brasil utiliza como trecho alternativo para a entrada e saída de carretas e carros oferece riscos, pois o início do trecho é paralelo à BR-116 e os veículo que seguem em direção ao Sul precisam parar na rodovia e fazer uma curva de quase 180º. O perigo é ainda maior quando a manobra é feita por carretas.



Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manobra neste trecho é muito arriscada e os motoristas deve estar atentos, principalmente quem segue atrás de caminhões e carretas, para evitar ocasionalmente que aconteça um engavetamento. A PRF disse que vai ficar atenta nos próximos dias e monitorar o trecho.



A Autopista Planalto Sul informou que vai enviar um técnico para analisar o local e estudar as medidas que deverão ser tomadas.





Fotos:Suzani Rovaris

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