quarta-feira, 27 de março de 2013

Prefeito explica a situação e nega aumento



Prefeito explica a situação e nega aumento
Lages, 28/03/2013, Correio Lageano



Trabalhadores querem reajustes mas prefeitura afirma não ter dinheiro para repassar. Negociações continuam sem sucesso.




Sem chegar a um acordo nas tratativas com a prefeitura, professores e servidores públicos municipais continuam em estado de greve. Enquanto professores pedem a incorporação do piso ao plano de carreira,  os servidores brigam pelo reajuste anual, que tem como data base o mês de janeiro, mas ainda não foi definido.



Representantes das categorias foram recebidos pelo prefeito Elizeu Mattos ontem, mas as negociações não avançaram. Os servidores passaram o dia em vigília em frente à prefeitura, na tentativa de pressionar o prefeito para apresentar uma solução.



Os professores receberam o reajuste anual de 7,97% do piso que passou de R$ 1.451,00 para R$ 1.567,00. Em assembleia, a categoria definiu que não abre mão da incorporação do reajuste ao plano de carreira.



“O reajuste beneficiou cerca de 200 professores dos quase 2 mil. Os que receberão são, na maioria, contratados e isso está prejudicando quem tem carreira. Queremos que toda a categoria seja beneficiada e não apenas uma parcela”, explica a presidente do Sindicato Municipal dos Profissionais em Educação de Lages (Simproel), Silvana Arruda Lucena.



A secretária de Educação, Marimilia Casa Costa Coelho, destaca que o prefeito Elizeu Mattos sinalizou boa vontade em fazer o pagamento, mas não esconde que não há verba para tal. “Vamos fazer um estudo minucioso de todos os projetos da secretaria para ver onde podemos fazer cortes de gastos e reverter para a folha dos professores”.



Segundo ela, atualmente, o valor proveniente para o município através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é destinado integralmente para o pagamento de salários dos professores. “Para se ter uma ideia do que investimos em folha, o município ainda precisa injetar mais R$ 2,3 milhões para dar conta de pagar”, afirma.



O secretário da Fazenda, Mateus Lunardi, explica que, como no ano passado a prefeitura concedeu um reajuste de R$ 22%, incorporado ao plano de carreira, acabou deixando de repassar R$ 22 milhões para o LagesPrevi e ao INSS. “Nosso desafio neste ano, além de manter os salários em dia, é não repassar cheques sem fundo para a previdência”, completa.



Sindicato quer a proposta salarial escrita



Os servidores públicos municipais esperam desde janeiro pelo reajuste anual. Em três meses, diversas reuniões foram realizadas, com o pedido de 10% de reajuste, mas as negociações não avançaram.



De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores (SindServ), Luiz Calos Vieira Reis (Risco), na última terça-feira (26), representantes da categoria foram recebidos pelo prefeito Elizeu Mattos, que teria apresentado uma proposta de reajuste em 6%, divididos em três vezes. “Esta proposta foi de boca, não está no papel. Só vamos debater a proposta quando ela for apresentada em documento oficial. O que a categoria decidir, o sindicato vai acatar”, afirma.



Segundo Risco, caso uma proposta não fosse apresentada até a noite de ontem, a categoria poderia entrar em greve. “Vamos entrar em assembleia independente de receber uma resposta e definir os rumos a tomar. Se tiver proposta, vamos decidir se aceitamos ou não. Sem proposta, definiremos por aderir a greve ou não”.



O secretário da Fazenda, Mateus Lunardi, explica que a prefeitura precisa ter muita cautela na hora de repassar reajustes, pois está no limite da Lei Fiscal, no que tange a gastos com folhas. “Vontade de passar o reajuste nos sobra, o que falta é dinheiro e condições legais. Além dos reajustes de salários, temos os R$ 25 milhões em dívidas que ficaram”.


Foto: Núbia Garcia

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