quarta-feira, 10 de julho de 2013

Casa do Trabalhador comanda greve geral

Casa do Trabalhador comanda greve geral
Lages, 11/07/2013, Correio Lageano, por Afonso Rodrigues



A previsão é de que 11 sindicatos estejam envolvidos na mobilização. Uma das ações será a abertura do pedágio na BR-116



Programado para ocorrer nesta quinta-feira (11) em várias cidades do Brasil, a greve geral que deve ter poucos reflexos para os lageanos. A única mobilização prevista ocorrerá por volta das 15 horas, próximo ao Banco do Brasil, e reunirá representantes dos onze sindicados abrigados pela Casa do Trabalhador, filiados da CUT, além de representantes de movimentos sociais.



Além disso, o pedágio em Correia Pinto deverá ter as cancelas levantadas a partir das 9 horas, quando representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra fazem manifestação no local.



Segundo o diretor do Sindicato dos Eletricitários e presidente da Casa dos Trabalhadores de Lages, Amilca Colombo, a mobilização terá como enfoque a redução no custos dos transportes, principalmente referente à elevada carga tributária que o trabalhador enfrenta.



“Vamos estar juntos, liberando as cancelas. A ideia é chamar a atenção sobre a questão de impostos que existem sobre os veículos, como IPVA, além de outros que incidem nos transportes públicos. Os combustíveis, em especial a gasolina e o álcool, estão extremamente caros. Queremos chamar a atenção sobre isso, também. São várias as bandeiras que estamos levantando”, comentou Colombo.



Fator previdenciário



Os sindicatos também chamam atenção para o fim do fator previdenciário; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (sem redução salarial); aumento geral dos salários e devolução das perdas acumuladas no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outras demandas.



A ideia de liberar a passagem de carros no pedágio é para chamar atenção das autoridades sobre as demandas sugeridas. “A ideia de fechar o pedágio é interessante porque, sendo uma rodovia federal, dá visibilidade às nossas propostas. Vamos ficar um tempo lá e depois vamos para Lages, à tarde. Já mandei ofício para a polícia com nossas intenções”, afirma.



Segundo a diretoria da Casa do Trabalhador, a expectativa é que cerca de duas mil pessoas participem da mobilização. A ideia é que os sindicatos que são favoráveis às demandas cheguem por volta das 14 horas ao pedágio na BR-116, onde devem permanecer até próximo de 15h30min.



Concentração em Lages



Na sequência, a mobilização segue até Lages, onde deve se concentrar no Centro da cidade, próximo ao Banco do Brasil, nas ruas Coronel Córdova e Marechal Floriano. O trânsito no local deverá sofrer desvios.



Segundo os representantes dos manifestantes, em nenhum momento haverá retenção no trânsito da  rodovia. “Vamos abrir para deixar o passe livre, sem pagar. Não queremos causar tumulto e nem podemos dar prejuízo para os caminhoneiros, que ficariam sem poder andar. No período que estivermos lá estará liberado”, comentou Pedro Paulo de Oliveira, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Papeleira (Sintipel).



Demandas são de todos, diz entidade


De acordo com o presidente da Casa dos Trabalhadores, no total 11 sindicatos estarão envolvidos na paralisação, entre eles o Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários (Sincavir), Sintipel e Sindicato dos Trabalhadores em Transporte (Sintratur), entre outros. A proposta é mobilizar a maior quantidade de pessoas possível para as causas, que, ao seu ver, são demandas de todos.



“Vai ser uma mobilização nacional e Lages não poderá ficar de fora. Todas as categorias estão, de alguma forma ou outra, ligadas a essas demandas. Quem que não briga por uma melhora na educação? Quem não briga por mais saúde? Todo dia as pessoas estão falando isso. Quanto mais adesão se tiver, quanto mais o pessoal vier, no meio da rua, naquele momento, será melhor”, enaltece  Colombo.



 
Serviços públicos serão mantidos



Procurados, alguns sindicatos se manifestaram sobre a possibilidade de haver interrupção em serviços públicos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Estadual de Santa Catarina em Lages, hoje não devem acontecer mobilizações da categoria. Mas semana que vem, no dia 16, os servidores deverão se mobilizar a partir das 16 horas, em frente à prefeitura.



O Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Lages (Simproel) afirma que as aulas da rede não serão afetadas, já que ninguém procurou o sindicato para paralisar as atividades. O Sinte não foi encontrado para comentar possíveis paralisações.



O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Lages afirma que está junto com a Casa do Trabalhador na mobilização, mas segundo informações, o serviço bancário não será afetado. O Sintrol, que representa os motoristas de ônibus, afirma que não haverá paralisação da categoria.



Reivindicações dos grevistas



• Fim do Fator Previdenciário
• Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (sem redução salarial)
• Aumento geral de salários
• Mobilização contra o Projeto de Lei 4.330, que permite a contratação de funcionários terceirizados em atividades-fins de empresas
• Devolução de perdas do FGTS;
• Saúde, educação, transporte e segurança pública de qualidade
• Direito de greve e valorização dos servidores públicos;
• Reforma Agrária e apoio ao pequeno agricultor
• Fim da dispensa imotivada do trabalhador
• Auditoria em todas as obras públicas
• Corte imediato de 50% dos ministérios e cargos comissionados;
• Gratuidade nos cursos do “Sistema S”
• Igualdade no reajuste das aposentadorias



Foto:Afonso Rodrigues

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