Um computador de R$ 1.200,00 poderia custar R$ 908,00 não fossem os impostos. A economia de quase R$ 300 é só um dos exemplos que o Feirão do Imposto mostrou durante o sábado (15). Eram vários produtos expostos com o preço que se encontra no mercado e o sem impostos.
Ivandel Rogério Córdova foi pego de surpresa pelos preços baratos dos produtos e perguntou se estavam à venda. A decepção da resposta negativa veio acompanhada de conhecimento. Ele diz que não sabia que os impostos encareciam tanto os produtos. “Se não existisse era melhor”, diz. A bicicleta que ele carregava, por exemplo, poderia ter um desconto de 46% no preço, não fossem os impostos.
A intenção do feirão não é a eliminação dos impostos, explica Nelson Rodrigues Júnior, coordenador do evento em Lages. Isso porque eles são responsáveis por fazer a manunteção das escolas públicas, pagar o salário dos médicos do SUS e fazer todas as melhorias que provenham do estado.
Nelson diz que o grande problema é a forma que os impostos são usados. “Ninguém sabe de onde vem, para o que é usado”. Os feirões do imposto são feitos no Brasil inteiro (em Lages está no oitavo ano) para pressionar por uma reforma tributária.
A transparência que Nelson fala é bem percebida quando se observa o Impostômetro, uma ferramenta que calcula em tempo real quanto o brasileiro paga com taxas, impostos e contribuições ao estado. Já ultrapassou R$ 1 trilhão de reais, suficiente para contratar 80 milhões de professores durante o ano inteiro. Ou fazer 43 vezes a obra mais cara do Brasil (o metrô de São Paulo, orçado em R$ 23 bilhões).
A cada minuto o brasileiro paga R$ 2 milhões em impostos e o dinheiro vai para investimentos, pagamento de juros e dívidas do governo, salários e manutenção do que já existe.
O movimento começou em Joinville (SC) e se espalhou pelo Brasil inteiro. Hoje são mais de 1.000 cidades que fazem seus feirões de impostos. Na página do evento está descrita como uma das principais motivações do feirão, a conscientização da população. Ivandel, por exemplo, agora sabe o peso que os impostos têm no seu bolso.
Foto: Thomas Michel
Nenhum comentário:
Postar um comentário