segunda-feira, 15 de abril de 2013

Homem que atropelou família não foi identificado



Homem que atropelou família não foi identificado
Lages, 16/04/2013, Correio Lageano


Depois do acidente, motorista e caroneiros fugiram sem prestar atendimento



Três mulheres foram atropeladas na tarde de domingo (14), no bairro Penha, em Lages. As mulheres tiveram ferimentos, mas não correm risco de morte. O responsável pelo acidente não foi identificado.




Bruna Andrade, de 17 anos, sua mãe Rosinha das Graças, de 51, e a avô Antônia Valdevina, de 61 anos, caminhavam na rua Alan Kardec em direção ao culto evangélico da Igreja Assembleia de Deus, quando foram surpreendidas por um Fiat Strada, placa MDV-5552. No carro, de acordo com moradores, havia engradados de cerveja e outras bebidas alcoólicas. No veículo, além do motorista, também segundo testemunhas, estavam mais dois jovens também suspeitos de terem ingerido bebida alcoólica. Os três fugiram do local.





Por volta das 18h30min de domingo, Indiara da Silva ouviu um grande barulho vindo na rua onde mora. Ela foi uma das primeiras a ligar para o Samu depois de verificar a ocorrência. De acordo com ela, as três mulheres caminhavam pelo acostamento quando foi atingido. “O atendimento demorou uns 20 minutos para chegar. Depois do acidente o motorista ficou no local por cerca de 10 minutos, mas fugiu. Pelo hálito estavam todos bêbados. Achei um absurdo”, comentou, indignada.




Moradores preocupados

O trânsito é intenso na rua, conta Sebastião Fontoura, de 76 anos, que mora ali. “Pessoas de moto correm muito por aqui, vindas principalmente do camping. Deveria ter uma lombada”, afirmou.




De acordo com populares, o carro entrou na rua em zigue-zague e por pouco não atingiu crianças que brincavam próximo ao local, que não conta com placas ou sinalização.




Vítima idosa inspira mais cuidados

Silvana Andrade, irmã de Rosinha das Graças, afirma que não foi ao culto de domingo porque já tinha ido no sábado. “A família toda participa, mas sempre alguém precisa ficar com as crianças”, disse. Uma delas, Rafael Santos, é filho adotivo de Rosinha. Ela conseguiu a guarda dele nesta semana, depois que a mãe biológica o entregou para adoção há oito anos. Rosinha foi quem menos se feriu. Teve escoriações, fez alguns pontos na perna e já está em casa.




Bruna é filha natural de Rosa. Estudiosa e tímida, ela frequenta o curso de computação no Senai. Há três anos canta no coro da igreja que frequenta com toda a família. No hospital, Bruna contou que tudo o que aconteceu parecia um pesadelo. “Para mim foi tudo muito de repente. Não vimos nada e não tivemos chance. Quando percebi estávamos no chão. Lembro de estar encostada e ver a vó desmaiada. Consegui ligar para minha tia”. Bruna, que teve escoriações pelo rosto e perdeu vários dentes, também insiste na necessidade de um quebra-molas na rua. “É bem comum ter carro passando rápido, principalmente no fim de semana”.



A avó de Bruna, dona Antônia, está bem, mas seu quadro inspira cuidados. Diabética, ela ficou com hematomas e um coágulo na cabeça.




Número de autuações por embriaguez aumenta

Dados da Polícia Militar (PM) indicam aumento no número de autuações por embriaguez ao volante na cidade de Lages. Entre janeiro e março de 2013, o registro de casos verificados de álcool ao volante dobrou no período, passando de 13 no ano passado para 26 agora.




De acordo com a tenente Sandra Bender, do 6º Batalhão da Polícia Militar, o uso do etilômetro – o popular bafômetro – está cada vez mais presente nas abordagens realizadas aos veículos. “De quarta-feira a domingo, estamos sempre fazendo as abordagens, principalmente em locais frequentados pelos jovens, como festas e shows”, afirmou.




A tenente ressalta que para a Festa do Pinhão deve haver um incremento no número de polícias. “Para oferecer mais tranquilidade à população, vamos aumentar o efetivo”, disse.




Com a implantação da Lei Seca, tem aumentado o número de registros de embriaguez. “Antigamente, se a pessoa não quisesse fazer o teste do bafômetro gerávamos apena suma infração administrativa. Hoje podemos usar provas testemunhais e as consequências são bem mais graves”, afirmou a tenente.



No caso do atropelamento no bairro Penha, o condutor deve ser enquadrado em dois artigos do Código de Trânsito Brasileiro. Um deles, o 303, por “praticar lesão corporal culposa na direção do veículo automotor”, com pena de seis meses a dois anos de reclusão e mais proibição de conduzir, e o artigo 305, por “afastar-se do veículo do local do acidente”, com detenção de seis meses a um ano, ou multa.




Fotos:Afonso Rodrigues e Reprodução de Imagem

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