Serra Catarinense, 30/07/2013, Correio Lageano, por Silviane Mannrich
Desde segunda-feira (29) a Polícia Civil de Santa Catarina está em greve. Mais de 3 mil policiais aderiram à paralisação, segundo o sindicato da categoria. Em Lages são 120. Apenas os serviços de urgência estão sendo realizados. No Ciretran, os documentos estão sendo recebidos, porém o serviço de envios de documentação não está acontecendo.
Os grevistas aguardam uma proposta do governo do Estado que atenda aos anseios da categoria. “Houve algumas conversas prévias entre o sindicato e os gestores, mas nada ainda formal e que suprisse as nossas reivindicações, entre elas o baixo subsídio e as promoções atrasadas que impedem que muitas pessoas possam se aposentar”, afirma o representante sindical na Serra, Marcos Santos.
Para ele, o governo precisa esclarecer como o Estado que está entre os mais seguros do país, paga um dos piores salários aos policiais. “Queremos voltar imediatamente ao trabalho, mas precisamos de uma resposta do governador”, lembra o policias Marcos.
Sobre os atendimentos Marcos lembra que os policias estão nas delegacias. “Casos graves serão atendimentos. Greve, não é descanso”, ressalta.
De acordo com o delegado Luiz Ângelo Moreira, a população pode fazer os boletins de ocorrência por meio do site da polícia civil no campo delegacia eletrônica. Os delegados não aderiram ao movimento. “Ainda não sabemos os reflexos da greve, está no começo, mas situações de gravidade serão atendidas, os policiais irão agir com bom senso”, afirma o delegado.
Casos a serem atendidos| Os grevistas também reformularam uma cartilha com orientações e o que será realizado durante a greve. Mesmo com a paralisação alguns casos serão atendidos pelos policiais civis. Como: sequestros, homicídios, suicídios, roubos seguidos de morte, estupros, furto e roubo de veículos e ainda recuperação de veículos.
Governo divulga proposta de reajuste
O Governo do Estado divulgou ontem a proposta de reajuste salarial para as Polícias Militar (oficiais e praças), Civil (delegados e agentes) e Instituto Geral de Perícias. De acordo com nova a proposta, a remuneração média mínima da Polícia Civil passará de R$ 2.983,00 para R$4.520,00 (aumento de 51,5%) e o teto passará de R$ 8.200,00 para R$ 11.965,00 (aumento de 45,9%). Os aumentos serão concedidos gradualmente, em agosto de 2014, agosto de 2015 e dezembro de 2015.
Segundo levantamento da Secretaria da Administração, o número de servidores ativos da Polícia Civil cresceu 50%, passando de 1.946 em outubro de 2003 para 3.052 em junho de 2013.
O Governo propõe o melhor plano de remuneração dos estados do Sul. Por isso acreditamos que greve, nesse momento é injusta e desnecessária”, explica o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni.
Acompanhe em números:
Nova proposta comparada aos estados do Sul do Brasil:
Estados
|
Mínimo
|
Teto
|
Santa Catarina (até 2015)
|
R$ 4.520,37
|
R$ 11.965,00
|
Paraná (até maio 2014)
|
R$ 3.520,20
|
R$ 9.180,42
|
Rio Grande do Sul (até 2018)
|
R$ 2.978,00
|
R$ 12.000,00
|
Situação das categorias em Santa Catarina na nova proposta (agente, escrivão e psicólogo):
Classe
|
Remuneração média JUNHO/2013
|
Acréscimo em R$
|
Acréscimo em %
|
Total
|
VIII
|
7.428,27
|
5.536,73
|
61,07
|
11.965,00
|
VII
|
6.691,74
|
3.146,72
|
47,02
|
9.838,46
|
VI
|
6.115,96
|
2.924,78
|
47,82
|
9.040,74
|
V
|
5.270,25
|
3.504,59
|
66,50
|
8.774,84
|
IV
|
4.313,35
|
2.334,25
|
54,12
|
6.647,61
|
III
|
3.667,63
|
1.650,31
|
45,00
|
5.317,94
|
II
|
3.350,85
|
1.435,43
|
42,84
|
4.786,28
|
I
|
2.983,40
|
1.536,97
|
51,52
|
4.520,37
|
Foto: Silviane Mannrich
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