segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Investigação é feita "doa a quem doer" diz delegada

Investigação é feita "doa a quem doer" diz delegada
Lages, 08/10/2013, Correio Lageano, por Adecir Morais




A delegada Regional Luciana Rodermel disse que a Polícia Civil está disposta a cortar a “própria carne” em relação às investigações sobre o suposto envolvimento de dois policiais civis com o crime. Em menos de uma semana, dois agentes foram presos, em Lages, suspeitos de extorsão. “Lamento que policiais usem do cargo para cometer atos assim”, afirmou a delegada, salientado que as investigações estão sendo feitas de forma “transparente” e as punições vão ocorrer “doa a quem doer”.



Ela disse que está aguardando o fim das investigações para abrir um processo administrativo com o objetivo de apurar a conduta dos policiais envolvidos nas ocorrências. Caso seja confirmada a participação deles nos crimes, serão demitidos.



Prisões: Almir da Silva Malinverni, preso no último dia 1º, foi detido enquanto recebia, fruto de extorsão, a quantia de R$ 1 mil do proprietário de uma EcoSport, no bairro Copacabana. Ele trabalha 2ª Delegacia de Polícia de Lages.



No último sábado, foi a vez da prisão de Paulo Ricardo de Oliveira, suspeito de participação no mesmo esquema. Ele é tido como o líder do esquema criminoso, e foi preso enquanto saía de sua casa no bairro Caravaggio.



Almir e Paulo foram transferidos para a sede da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis. São suspeitos de corrupção passiva, associação criminosa e roubo qualificado. A ação foi do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).



Investigação: De acordo com as investigações, indícios apontam que a quadrilha atuava há pelo menos três anos na Serra e também no Meio-Oeste do Estado.  O Gaeco segue investigando o caso e há suspeita do envolvimento de outros policiais civis no esquema criminoso.


Inquérito deve ser concluído esta semana



Luciana Rodermel informou que as investigações devem concluídas esta semana. Após, o caso será encaminhado ao Ministério Público para o oferecimento de denúncia contra os policiais envolvidos no esquema.




O promotor de Justiça do Gaeco, Alexandre Graziotin, reafirmou que outros policiais civis de Lages estão sendo investigados. Segundo ele, apesar de haver indícios de que a quadrilha agia há mais de três anos, ainda é cedo para afirmar por quanto tempo o bando agia na cidade. “Ainda é prematuro passar alguma informação neste sentido, mas continuamos investigando o caso”, relatou, salientando que ainda não se sabe quantas vítimas a quadrilha fez na cidade.



Conforme as investigações, os policiais suspeitos procuravam motoristas e tentavam extorqui-los em troca de favores. Alegavam que os carros deles estavam irregulares e para não prendê-los e recolher o veículo, exigiram o pagamento de propina.



Foto:Adecir Morais

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