quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Policial civil preso em Lages é suspeito de integrar quadrilha

Policial civil preso em Lages é suspeito de integrar quadrilha
Lages, 02/10/2013, Correio Lageano, por Adecir Morais




O promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Santa Catarina, Alexandre Graziotin, afirmou nesta terça-feira (01) que outros policiais civis de Lages estão envolvidos no esquema criminoso que resultou na prisão de um policial civil da cidade.



Almir da Silva Malinverni, que trabalha na 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), no Bairro Coral, foi preso na tarde de segunda-feira suspeito de extorsão. Nesta terça-feira (01) ele foi transferido à Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), de Florianópolis, onde ficará à disposição da Justiça.



“Estamos investigando a participação de outros envolvidos no crime”, disse o promotor, explicando que ao menos outros dois policiais civis estariam envolvidos no mesmo esquema criminoso. Segundo ele, as investigações ainda estão no início, mas não descarta outras prisões nos próximos dias.



Malinverni foi preso por extorquir R$ 1 mil de um empresário de Lages, dono de uma oficina mecânica no bairro Copacabana. A ação foi coordenada pelo Gaeco.



Segundo a Polícia Civil, o policial procurou o empresário e alegou que o carro dele, um Ford EcoEsport, estava clonado e para não prendê-lo, o empresário teria que entregar o carro e o dinheiro. O veículo foi apreendido e levado para o pátio do 2º DP.



O promotor informou que o policial foi preso quando iria receber o dinheiro. Foi autuado pelos crimes de corrupção passiva, roubo qualificado e formação de quadrilha. Segundo o delegado da Central de Polícia de Lages, Raphael Bellinati, que lavrou o flagrante, em depoimento Malinverni disse que só vai se manifestar em juízo.



Silêncio: O CL procurou o dono da oficina, ontem à tarde. Ele disse que foi orientado pela polícia a não se manifestar sobre o caso para “não atrapalhar nas investigações”.
 Entretanto, ao ser questionado, reafirmou que o policial lhe procurou e pediu R$ 1 mil para não prendê-lo. Assegurou que seu carro está regular e lembrou que Malinverni estava acompanhado de outro homem não identificado. Até ontem, o carro estava desaparecido.



Delegado geral determina sindicância

Em nota, o delegado geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Aldo Pinheiro D’Ávila informou que determinou a abertura de uma sindicância administrativa visando apurar o caso. As penas variam de repreensão à demissão do serviço público, segundo a nota.



“Se houver suspeita de envolvimento de outros policiais, eles responderão pela mesma infração com coautoria”, explica. “A Polícia Civil lamenta o ocorrido, mas é firme em dizer que não coaduna com qualquer ato que atente às leis penais e administrativas, e que, quando é necessário, cortamos a própria carne”, conclui.



Procurada, a delegada regional, Luciana Rodermel, não quis se manifestar sobre o caso.



Foto: Adecir Morais

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