segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Governo entra na Justiça mas greve dos servidores continua


Governo entra na Justiça mas greve dos servidores continua
Lages, 29/10/2012, Correio Lageano



A greve dos servidores da saúde de Santa Catarina completa uma semana amanhã. O Governo dos Estado pediu ao Tribunal de Justiça de Santa Catariana que determinasse o fim da greve. Mas segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde Públicos e Privados (Sindsaúde), a decisão do  desembargador de plantão, Paulo Henrique Moritz Martins da Silva, na sexta-feira (26), apenas estabeleceu alguns critérios: não barrar funcionários que não aderiram a greve e manter o atendimento em, no mínimo, 70% e fixou multa de R$ 1 mil por dia de descumprimento da decisão.



A secretária do Sindsaúde, Edileusa Garcia Fortuna, que esteve em Lages no fim de semana, reunida com o comando de greve, informa que hoje o sindicato vai pedir na Justiça que o Governo do Estado seja obrigado a negociar durante a greve. “Lei de greve vale para nós e para eles, se temos parâmetros para agir o Governo também deve ter, não é possível que o governo não respeite a greve”, questiona.



Ela acrescenta que o governo pediu duas vezes a ilegalidade da greve, mas não conseguiu. “Vim para Lages para explicar a decisão do desembargador, pois algumas mídias no estado noticiaram que nossa greve é ilegal, mas não é”, explica. Em Lages os atendimentos estão superando os 70% determinados pela Justiça. Inclusive na UTI onde existem 10 leitos, todos estão ocupados, segundo Edileusa o comando de greve poderia atender apenas sete, mas não pretende deixar a população sem amparo. “Ao que parece os médicos do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres entraram em greve porque estão mandando os pacientes para o Hospital Geral”, comenta a secretária.



Questionado, na tarde de ontem, por telefone, sobre os atendimentos no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, o diretor clínico Paulo Duarte Filho, disse que estão dentro da capacidade. “Temos uma limitação, tem dias que não cabe mais ninguém, não sei se aconteceu isso no fim de semana, não fico lá o dia todo, mas se chegou ao limite é possível que não tenham conseguido atender todos”, salienta.



O comando de greve estadual explica que Joinville, Florianópolis e Lages aderiam à greve, o que representa 60% da categoria. No Hospital Geral Tereza Ramos, referência em emergência obstétrica, os funcionários se revezam numa tenda montada ao lado da entrada principal do Hospital. Para passar o tempo jogam dominó e cartas. Alguns não gostam de comentar sobre a greve, acham que se falarem podem comprometer o movimento. Embora alguns servidores estaduais fiquem na tenda, no sábado à tarde, eram cinco, e ontem à tarde 10, os trabalhos não estão comprometidos.



O comando de greve local informa que 70% dos concursados participam do movimento, mas em modo de revezamento para não atingir a população com a falta de prestação de serviço. Uma senhora que está com o marido internado desde a quarta-feira (24), conta que ele é bem atendido. “Só tivemos problemas no dia que chegou por falta de leito, mas graças a Deus foi resolvido”, comenta.



Para a diretora local do Sindsaúde, Rita Gonçalves, a relação com a direção do Hospital está tranquila. Ela acredita que seja pelo fato de estarem atendendo os pacientes “Estamos conversando com os pacientes e acompanhantes sobre nossas reivindicações, e entendem que somente queremos receber de forma justa”, conta.


Saiba mais
 


Manutenção dos valores salariais enquanto a categoria estiver em negociação;

Concessão de Gratificação por Atividade de Saúde (GAS) aos servidores;

Manutenção da reposição de novos funcionários para a abertura de leitos nos hospitais do estadual, garantindo a ampliação de serviços e melhoria de atendimento à população;
Reposição de materiais e medicamentos para melhoria do atendimento à população.






Foto: Suzane Faita

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