quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Lages precisa formar 12 mil profissionais da indústria até 2015

Lages precisa formar 12 mil profissionais da indústria até 2015
Lages, 26/09/2012,Correio Lageano




Para crescer na proporção atual, a cidade precisa aumentar a quantidade de técnicos qualificados




Até 2015, a indústria de Santa Catarina vai precisar de 416,5 mil técnicos, segundo dados do Mapa do Trabalho 2012. Em Lages, serão 12 mil. O índice de pessoas que ingressam neste tipo de curso ainda é baixo.



A principal instituição formadora de mão de obra para a indústria é o Senai. Começou com 180 alunos (na atual unidade) em 2005 e hoje tem 1800. Em 2013, a meta é chegar a 3 mil estudantes. Segundo o diretor Telmo Altair Coelho, hoje a demanda de mão de obra das indústrias em Lages está nas áreas de metal-mecânica, eletrotécnico e automação.



Estas três áreas são as mais visadas e chegam a ter três candidatos para cada vaga nos processos seletivos. O retorno rápido, depois de dois anos de curso, é um dos atrativos. Outro é a quantidade de oferta de emprego. 94% dos estudantes do Senai saem empregados. “Em uma fábrica com 500 empregados, se precisa de cinco ou seis engenheiros, o resto é técnico”, analisa Telmo.



O secretário de Emprego e Renda de Lages, Luiz Pfleger afirma que a vinda de novas indústrias é a grande responsável pela alta demanda deste tipo de profissional. A Sinotruk, por exemplo, fez com que se pensasse na criação de um curso de mecatrônica no Senai, previsto para o ano que vem.



A previsão de Telmo, é que este seja o curso mais concorrido do Senai em Lages. Hoje os mais requisitados são os de eletro-mecânica e automação, que chegam a três candidatos por vaga. Isso porque são profissionais muito requisitados. Mesmo que o produto final da empresa não seja metal-mecânico, ela precisa deste tipo de empregado. “A Klabin faz papel, mas precisa de profissional de automação e eletro-metal -mecânico. A Vossko produz frango, mas precisa deste tipo de profissional também”, salienta o diretor do Senai.



A falta de profissionais formados faz com que as empresas contratem estudantes ou pessoas sem qualificação. Telmo explica que é comum alunos que já estão empregados e buscam por requalificação. “Para a empresa isso é ótimo, pois o empregado está sem vícios e aculturado na empresa”. Pfleger ressalta que ainda não existe uma cultura de se fazer cursos técnicos. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 6,6% dos jovens se qualificam desta forma. Na Alemanha, esse índice é de 53%.



A falta de escolas com ensino médio integrado ao regular é um dos motivos, mas o secretário de emprego e renda explica que isso está mudando. Hoje somente Senai, IFSC e Cedup possuem este tipo de formação. Destes, apenas o Senai cobra mensalidade. Ainda sim, 60% dos estudantes não paga para estudar.



O Pronatec traz verba federal para financiar estudantes no Senai. Outra parte das gratuidades é de renda própria da instituição. A formação é cara, ressalta Telmo. “Em um laboratório de informática com máquinas de última geração, se faz um investimento de R$ 90 mil para atender 30 alunos. Se for um laboratório de usinagem para atender os mesmos 30 alunos, o investimento vai ser de R$ 600 mil, no mínimo”.



Segundo Pfleger, Lages forma anualmente entre 250 e 300 técnicos. Com a ampliação do Senai, esse número por ir a 450. Longe dos 12 mil previstos para a indústria continuar crescendo no atual ritmo.





Foto:Thomas Michel

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