domingo, 4 de novembro de 2012

Em dez anos, mortalidade feminina cai 12%


Em dez anos, mortalidade feminina cai 12%

Lages, 05/11/2012, Correio Lageano



Doenças cerebrovasculares e isquemias cardíacas estão entre as que mais matam as mulheres em todo o país



Divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde, estudos do Saúde Brasil – edição 2011, apontam que entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade feminina caiu 12% no país. As doenças cerebrovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), e as isquêmicas do coração, como o infarto, tiveram as taxas reduzidas.



A autônoma Cristiane Antunes Vieira, 49 anos, conta que desde os 40 anos tem o hábito de fazer exames, periodicamente, para saber se a saúde está em dia. Neste ano, pela primeira vez, fez exames do coração. Eles mostraram que sua saúde cardíaca está muito bem. “Acho muito importante estar com meus exames em dia, porque caso algo venha a ser detectado, vou conseguir diagnosticar cedo e melhor será o resultado do tratamento”, acredita.




A artesã Rosemeri Rosa Waçtrick da Silva (abaixo), 46 anos, faz exames com certa regularidade, mas admite que precisa dar uma atenção melhor ao coração. Embora ela caminhe com frequência, a artesã fuma e tem outros fatores que a tornam propensa a ter problemas cardiovasculares. “Sempre me preocupo em cuidar da saúde de uma forma geral, mas nunca dei atenção devida pro coração. Está na hora de começar a cuidar”, disse.



Segundo aponta o estudo do Saúde Brasil, no período levado em consideração, a redução foi de 4,24 óbitos por mil mulheres em 2000, e para 3,72 em 2010. Para o Ministario, a redução aponta, dentre outras coisas, a qualidade dos serviços de assistência à saúde da mulher e, em contrapartida, a necessidade de priorizar as causas dos óbitos das mulheres, como o câncer de mama.



A maior redução foi registrada na região Sul do país, onde a queda foi de 14,6%. No Centro-Oeste, a queda foi de 9,6%, e Nordeste e Norte apresentaram redução de 9,1% e 6,8%, respectivamente.
O estudo apontou que, entre as principais causas de mortalidade feminina, estão as doenças do aparelho circulatório como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto do miocárdio, que aparecem em primeiro lugar, representando 34,2%.



O surgimento de doenças cerebrovasculares e isquêmicas do coração, também apresentaram redução. O AVC, por exemplo, caiu de 43,87 em 2000, para 34,99 em 2010. As doenças isquêmicas do coração, como o infarto, também tiveram a taxa reduzida de 34,85 para 30,04.




De janeiro a setembro de 2012, 99 mulheres morreram por doenças cardiovasculares

A coordenadora do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), da Secretaria Municipal de Saúde de Lages, Lisandra Konrad, ressalta que as doenças cardiovasculares (que afetam o coração e as artérias, como infarto e o acidente vascular cerebral, além de arritmias cardíacas, isquemias ou anginas), são as principais causas de morte de homens e mulheres em todo o mundo.



Segundo ela, cerca de 400 mulheres morrem por dia no Brasil, por doenças cardiovasculares. De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no período de 01 de janeiro de 2012 à 30 de setembro do mesmo ano, foram registrados 353 óbitos de mulheres na região. Deste total, 99 estavam associados à doenças cardiovasculares.



Lisandra acredita que os trabalhos desenvolvidos pelos Nasf (que foram criados em 2008) em todo o país, contribuíram para a redução da mortalidade feminina. “Aqui em Lages, por exemplo, o Nasf trabalha a promoção e prevenção da saúde em cima dos fatores de risco, como tabagismo, pressão alta, diabetes, níveis elevados de colesterol e sedentarismo, dentre outros. Estes fatores podem levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, analisa.



Além de fazer exames e consultas nas unidades de saúde, as mulheres de diversas idades (que correspondem à 90% do público atingido pelo Nasf) recebem orientações para ter uma vida mais saudável. “Através dos grupos das unidades de saúde, a gente consegue passar diversas informações que contribuem para o dia a dia das mulheres”, comenta.



Lisandra ressalta que os trabalhos de prevenção, por si só, contribuem para a redução. “Quem deixa de fumar ou não fuma, por exemplo, reduz em 35% a chance de desenvolver um problema cardiovascular. Quem faz atividade física reduz este risco em 25%”.




Fotos:Núbia Garcia

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