Lages, 08/01/2013, Correio Lageano, por Suzani Rovaris
Está sobrando vaga de trabalho para o setor de construção civil em Lages. A falta de registro profissional e a qualificação são os principais motivos. Apesar de haver mão de obra interessada, poucos trabalham sem carteira assinada e a maioria não está capacitada.
Nivaldo Soares da Rosa já trabalhou com e sem carteira assinada. No momento, o morador do bairro Santa Helena está desempregado. Desde o início de dezembro procura trabalho como pedreiro ou pintor, até agora sem sucesso. “Já visitei várias construtoras e todas elas afirmam que no momento não estão contratando”. Apesar de trabalhar nessa área há 12 anos, Nivaldo não tem curso profissionalizante. A única experiência que possui é de serviços que prestou para empresas do ramo de construções.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o último registro do Ministério do Trabalho e Emprego indica que no Estado são mais de 12,1 mil estabelecimentos de construção civil e mais de 105 mil trabalhadores. A participação da construção civil dentro do setor secundário no PIB de Santa Catarina é de 5,2%. Na região de Lages, são cerca de 300 estabelecimentos.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil de Lages, cerca de mil trabalhadores são filiados ao grupo. O dobro desse número, aproximadamente dois mil, não são associados e muito menos trabalham com carteira assinada, o famoso “bico”.
O presidente do sindicato, Milton Luiz Arruda Malinverni, explica que o piso salarial da categoria é muito baixo. De pedreiro, por exemplo, é R$ 900,00 e pintor, R$ 712,00. “A maioria dos trabalhadores prefere o serviço sem carteira assinada porque o valor ‘por fora’ é três vezes maior. Por outro lado, não há garantias como férias, 13º salário, além de ser ilegal”, afirma.
Outra questão fundamental que contribui para falta de profissionais é a qualificação. Nem todos estão interessados em concluir um curso profissionalizante. O presidente diz que o salário baixo é novamente o principal fator. “Não adianta se profissionalizar para receber pouco. A não ser para trabalhar em outras cidades como Florianópolis, Itajaí, Blumenau ou Itapema, onde a remuneração é o triplo do valor local”.
Uniplac estuda curso para o setor
O curso de Engenharia Civil da Uniplac em parceria com as Secretarias de Obras e de Desenvolvimento Econômico estão estudando um projeto para oferecer cursos de pedreiro no segundo semestre deste ano.
Segundo o coordenador do curso, Paulo Mozart de Andrade, o mercado está aquecido, mas a gama de profissionais sem qualificação ainda é grande. Para os acadêmicos do curso de Engenharia Civil, o mercado de trabalho também é promissor. Todos os alunos já estagiam em alguma empresa na região.
Pela prefeitura de Lages, os programas 2 e 5, da Secretaria de Assistência Social, oferecem cursos de marcenaria e serralheria. De acordo com a secretária do programa 2, nos últimos três anos não foram fechadas turmas por falta de alunos (cada turma é fechada com 10 a 15 pessoas).
Esse ano está sendo estudado a possibilidade de abrir novas vagas, conforme houver interesse o curso pode voltar a ser oferecido. Já o programa 5, informou que há possibilidade de fechar turma porque o curso é muito procurado. As inscrições para ambos os cursos começam em fevereiro.O Senai também oferece curso na área. As novas turmas devem iniciar em fevereiro.
Só com carteira há emprego
Segundo o presidente do Sindicato Patronal das Indústrias de Construção Civil de Lages (Sinduscon), Albraino da Silva Brasil, nas 40 empresas filiadas ao sindicato, todas estão com as vagas preenchidas. A contratação só é feita com carteira assinada, de acordo com ele.
Construção Civil cresce com o Minha Casa Minha Vida
Em 2011, foram 28,270 milhões de contratos e R$ 190 milhões financiados em Lages
Foto: Suzani Rovaris
Está sobrando vaga de trabalho para o setor de construção civil em Lages. A falta de registro profissional e a qualificação são os principais motivos. Apesar de haver mão de obra interessada, poucos trabalham sem carteira assinada e a maioria não está capacitada.
Nivaldo Soares da Rosa já trabalhou com e sem carteira assinada. No momento, o morador do bairro Santa Helena está desempregado. Desde o início de dezembro procura trabalho como pedreiro ou pintor, até agora sem sucesso. “Já visitei várias construtoras e todas elas afirmam que no momento não estão contratando”. Apesar de trabalhar nessa área há 12 anos, Nivaldo não tem curso profissionalizante. A única experiência que possui é de serviços que prestou para empresas do ramo de construções.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o último registro do Ministério do Trabalho e Emprego indica que no Estado são mais de 12,1 mil estabelecimentos de construção civil e mais de 105 mil trabalhadores. A participação da construção civil dentro do setor secundário no PIB de Santa Catarina é de 5,2%. Na região de Lages, são cerca de 300 estabelecimentos.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil de Lages, cerca de mil trabalhadores são filiados ao grupo. O dobro desse número, aproximadamente dois mil, não são associados e muito menos trabalham com carteira assinada, o famoso “bico”.
O presidente do sindicato, Milton Luiz Arruda Malinverni, explica que o piso salarial da categoria é muito baixo. De pedreiro, por exemplo, é R$ 900,00 e pintor, R$ 712,00. “A maioria dos trabalhadores prefere o serviço sem carteira assinada porque o valor ‘por fora’ é três vezes maior. Por outro lado, não há garantias como férias, 13º salário, além de ser ilegal”, afirma.
Outra questão fundamental que contribui para falta de profissionais é a qualificação. Nem todos estão interessados em concluir um curso profissionalizante. O presidente diz que o salário baixo é novamente o principal fator. “Não adianta se profissionalizar para receber pouco. A não ser para trabalhar em outras cidades como Florianópolis, Itajaí, Blumenau ou Itapema, onde a remuneração é o triplo do valor local”.
Uniplac estuda curso para o setor
O curso de Engenharia Civil da Uniplac em parceria com as Secretarias de Obras e de Desenvolvimento Econômico estão estudando um projeto para oferecer cursos de pedreiro no segundo semestre deste ano.
Segundo o coordenador do curso, Paulo Mozart de Andrade, o mercado está aquecido, mas a gama de profissionais sem qualificação ainda é grande. Para os acadêmicos do curso de Engenharia Civil, o mercado de trabalho também é promissor. Todos os alunos já estagiam em alguma empresa na região.
Pela prefeitura de Lages, os programas 2 e 5, da Secretaria de Assistência Social, oferecem cursos de marcenaria e serralheria. De acordo com a secretária do programa 2, nos últimos três anos não foram fechadas turmas por falta de alunos (cada turma é fechada com 10 a 15 pessoas).
Esse ano está sendo estudado a possibilidade de abrir novas vagas, conforme houver interesse o curso pode voltar a ser oferecido. Já o programa 5, informou que há possibilidade de fechar turma porque o curso é muito procurado. As inscrições para ambos os cursos começam em fevereiro.O Senai também oferece curso na área. As novas turmas devem iniciar em fevereiro.
Só com carteira há emprego
Segundo o presidente do Sindicato Patronal das Indústrias de Construção Civil de Lages (Sinduscon), Albraino da Silva Brasil, nas 40 empresas filiadas ao sindicato, todas estão com as vagas preenchidas. A contratação só é feita com carteira assinada, de acordo com ele.
Construção Civil cresce com o Minha Casa Minha Vida
Em 2011, foram 28,270 milhões de contratos e R$ 190 milhões financiados em Lages
Foto: Suzani Rovaris
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