Lages, 23/04/2013, Correio Lageano
Centro não tem estrutura para abrigar gatos e cães domésticos, mas para tratar de doenças contagiosas como sarna e raiva
O Centro de Controle de Zoonoses de Lages tem a missão de conscientizar, prevenir, estudar e controlar o manejo das doenças transmitidas pelos animais aos humanos, além de evitar a superpopulação de espécies que tragam riscos sanitários ao ambiente. Ultimamente, porém, o espaço que zela por condições sanitárias tem servido para o despejo de animais domésticos.
De acordo com o biólogo e coordenador do Centro de Zoonoses, Bruno Hartmann, é frequente o descarte no espaço, principalmente de cães. “Na média, uns dois animais por semana são abandonados por aqui. É um problema sério da falta de consciência da população, que larga os bichinhos, achando que temos a responsabilidade de acolhê-los”, afirma.
Criado em 2006, o Centro possui um espaço para o abrigo de animais domésticos retirados do convívio social por apresentarem problemas como sarna, raiva ou outras doenças contagiosas. Desde o ano passado porém, o local não tem mais a responsabilidade de acolher cachorros de rua, ou mesmo abandonados. “Aqui temos a estrutura para as zoonoses. Não é o local para deixar os bichinhos”, ponderou.
Desde o ano passado, a responsabilidade pelo recolhimento dos animais é da Secretaria do Meio Ambiente e Serviços Públicos, que deve integrar o Centro de Zoonoses à sua pasta. O Secretário Mushue Dayan Hampel Vieira comenta que o Centro deve passar por uma reformulação, para melhor acomodar o tratamento de cães e gatos.
“O Centro ficará responsável por todos os tipos de animais. Vamos fazer um pedido para que ele seja passado para a Secretaria de Meio Ambiente. Estamos reformulando a estrutura para podermos recolher os animais abandonados e fazer novas baias para melhor acomodar os cães”, afirmou.
Não é hotel para cães
De toda forma, o secretário pondera que o Centro não é um espaço para deixar animais domésticos abandonados. “Não é um hotel para cachorro, é um espaço para tratamento. Muitas vezes a população tem uma concepção distorcida do que é o Centro de Zoonoses”, afirma.
De acordo com Bruno, não existe espaço para quem deseja abandonar animais. “Quem rejeita um animal não deveria nunca adotar”, opina. Os animais do Centro de Zoonoses, porém, estão disponíveis para quem quiser uma nova companhia. “Temos cerca de 20 bichos, entre cães e gatos. Fazemos uma triagem e apenas os que são 100% saudáveis são disponibilizados para adoção”, comenta. Segundo ele, pelo menos uma vez por semana um animal tratado encontra um novo lar.
Microchipagem
Um pequeno cachorro poodle, de cerca de 3 anos, espera por sua dona no Centro de Controle de Zoonoses. Graças a um microchip que foi implantado, foi possível identificar a quem pertence o animal perdido.
Uma das principais atividades do Centro é a implantação de microchips em cães e gatos domésticos. O serviço, totalmente gratuito, começou em 2010 e já fixou mais de 2.500 chips, capazes de fazer a identificação de dados como o dono do animal e suas condições sanitárias.
Como fazer
• Ir ao Centro de Zoonoses levendo CPF e Carteira de Identidade e de preferência a carteirinha de vacinação do animal
• O microship não tem função de rastreamento e serve unicamente para identificar o dono do animal.
Foto: Afonso Rodrigues
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