Lages, 22/04/2013, Correio Lageano, por Suzani Rovaris
Desde que as obras da BR-282 iniciaram, em 2011, diversos pontos causaram dúvidas para motoristas, pedestres, moradores e visitantes. A obra está 65% concluída e, nos últimos meses, tem sido um dos assuntos mais comentados pela população.
Situações como a proximidade entre a rodovia e casas, locais para a passagem de pedestres e altura dos viadutos são alguns dos pontos de ceticismo entre a população. Uma das principais é a passagem do pedestre ao longo de todo o trecho, mas principalmente, a maneira de cruzar a rodovia. O projeto da empresa Prosul não contempla passarelas.
O Dnit informa que desde o início da obra cobra da empresa a importância dessas passagens, mas segundo o órgão, a Prosul informou que elas não seriam necessárias e os pedestres teriam os viadutos como meio de atravessá-la.
Segundo o engenheiro do Dnit em Lages Enio Spieker, as passarelas precisam ser construídos pois ligam bairros residenciais, principalmente escolas, como a Emeb Professora Belizária Rodrigues, no bairro Passo Fundo, e a Emeb Frei Bernardino, no Frei Rogério.
Sem as passarelas, por exemplo, quem precisaria ir do São Sebastião para o Ponte Grande teria que se deslocar até o viaduto da Avenida Luiz de Camões, ou seja, dificultaria a vida dos pedestres devido ao extenso trajeto.
Segundo Spieker, a prefeitura ficou responsável para fazer os projetos das passarelas, que deverão ser aditivados ao projeto das obras e executado pela Setep Engenharia. A empresa responsável para fazer os projetos ainda não foi contratada. Segundo o secretário de Obras, Joel Netto Monn, a empresa deverá ser escolhida por licitação ou a prefeitura pode solicitar parceria com a Associação de Engenheiros Arquitetos. “A prefeitura quer priorizar os profissionais locais”, afirma.
Projeto inicial
Inicialmente seriam três passarelas, mas decidiu-se pela quarta. Enio Spieker explica que os locais onde serão colocadas foram escolhidos com base nos pontos onde há maior fluxo de pessoas cruzando a rodovia.
Assim que os projetos forem concluídos, serão encaminhados ao Dnit de Lages para autorização e depois entregue à empresa responsável pela execução. A previsão é que as passarelas sejam concluídas no final de 2013. Se a prefeitura não entregar os projetos no prazo haverá nova licitação para contratar uma empresa que execute. Os recursos para as passarelas também do Dnit.
A Prosul foi procurada para se pronunciar sobre o projeto inicial, que não contempla as passarelas, mas o telefone não foi atendido nas seis tentativas feitas na tarde de sexta-feira.
Passarela dará maior segurança a estudantes
Em algumas escolas, eles terão que cruzar a rodovia para irem a aula.
Os alunos da Escola Frei Bernardino, no bairro Frei Rogério, serão os principais beneficiados com passarela, pois a escola possui cerca de 240 alunos e 90% moram no bairro Passo Fundo, que fica no outro lado da rodovia. Sem as passarelas, os estudantes teriam que se deslocar até a Avenida Duque de Caxias para cruzar a BR-282.
Na Escola Professora Belizária Rodrigues, no bairro Maria Luiza, a maioria dos alunos é do Bairro Passo Fundo, ou seja, na mesma região e não precisam atravessar a rodovia, mas alguns deles moram nos bairros do outro lado da BR-282 e teriam que subir até a Avenida Luiz de Camões, passar pelo viaduto e seguir até suas casas.
- A pequena altura no cruzamento da BR-282 e a Avenida Luiz de Camões causa espanto nas pessoas. Elas afirmam que o viaduto ficará baixo. Mas o Dnit explica que a escavação não está pronta e a altura será maior. A escavação ocorre em três etapas, e a equipe trabalha na segunda”. Cada etapa tem de 1,5 a 2 metros. O vão entre a rodovia e o viaduto terá 5 metros de altura, previsto pelas normas.
- Quem passa pelo Coral, próximo aos postos de combustíveis, percebe que a Luiz de Camões foi rebaixada. Esse ponto criou dúvidas entre os motoristas, mas o Dnit explica que esse declive está previsto no projeto e servirá para a drenagem. O engenheiro Enio Spieker afirma que esta redução não será sentida pelo motorista. “Será feito um acerto de compatibilidade entre o viaduto e a avenida”.
- Moradores daquela região reclamam do curto espaço entre os terrenos e o asfalto das vias laterais. Segundo o Dnit, a área próxima à rodovia é faixa de domínio, ou seja, o correto é haver um espaço entre a BR-282 e as residências. Ênio Spieker explica que para cada caso é feito um processo pela procuradoria do Dnit e encaminhado ao Poder Judiciário que vai decidir se a família deve sair e ser indenizada ou se deve recuar alguns metros.
- As pessoas questionam se a Avenida Luiz de Camões tem três pistas e o viaduto duas e como será o tráfego de veículos de uma das pistas se transformada em passagem de pedestres. O engenheiro Enio Spieker explica que a terceira pista não vai ser direcionada ao viaduto, mas às marginais. Para isso haverá sinalização necessária com placas, tachões. Para os pedestres também haverá uma passagem sinalizada com faixa e placas.
Fotos: Suzani Rovaris
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