terça-feira, 2 de abril de 2013

Sem dinheiro, empresas paralisam construção



Sem dinheiro, empresas paralisam construção
Lages, 03/04/2013, Correio Lageano



Construtora e Caixa rompem contrato e empreiteiros pedem explicações.



As obras para a construção do residencial Pedro Filomeno de Abreu, no bairro Bela Vista, foram paralisadas na última quarta-feira (27). Os empreiteiros contratados pela construtora Kaufmann cobram o pagamento pelos serviços prestados, alegando que o dinheiro deixou de ser repassado desde dezembro de 2012.



Na manhã de ontem, representantes das cinco empreitas contratadas para trabalhar no residencial se reuniram em frente à obra, cobrando da empresa Kaufmann o repasse de aproximadamente R$ 350 mil, correspondente ao pagamento dos trabalhos prestados desde dezembro, conforme informou o empreiteiro Joanir Antunes de Oliveira.



“A Caixa repassou o dinheiro para a empresa, que levou para Porto Alegre e não repassou para a gente”, afirma Joanir. Os pagamentos às empresas contratadas pela Kaufmann eram realizados a cada 45 dias, mas deixaram de ser pagos no final de 2012. Com o anúncio de que a construtora não vai mais continuar à frente do projeto, os trabalhadores temem que o dinheiro não seja repassado.



O engenheiro civil e empreiteiro Osmar Boiera de Oliveira informa que o grupo conversou com o engenheiro Juliano dos Santos Pucci, que é responsável pela obra, e ele teria assegurado que as contas serão fechadas e o dinheiro será repassado.



“Se a empresa declarou que não tem dinheiro para pagar, nós vamos receber quando? Essa é a pergunta que não quer calar”, questiona. Segundo Osmar Boeira, empreiteiros e funcionários receberam a ordem de retirar os equipamentos do canteiro na semana passada e agora estão impedidos de entrar no local.



Kariziane Aparecida do Rosário é funcionária vinculada diretamente a Kaufmann. Ela declarou que a falta de informações é preocupante. Segundo ela, os salários estão em dia, mas quem saiu de férias e fez a rescisão de contrato ainda não recebeu o pagamento devido. “A gente está a ver navios, esperando o que eles vão fazer”, acrescenta.



Caixa e Kaufmann decidem interromper o contrato



O superintendente da Caixa Econômica Federal, Robert Kennedy Lara da Costa, informou que o banco está implementando projeto de melhorias na qualidade dos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida e por isso a Caixa e a empresa optaram por fazer um destrato, ou seja, romper o contrato em comum acordo.



“A gente conversou com a Mara (Kaufmann, diretora da empresa) e diante de uma série de situações de implementação de melhorias  entende-se que o destrato era o melhor”, afirmou o superintendente.



Ele assegurou que a obra, que está 90% concluída, vai ser entregue. Uma consulta pública será realizada e outra empresa será contratada para terminar as obras. A sócia-diretora da empresa, Mara Kaufmann declarou que não vai comentar o assunto.
A construção do condomínio Pedro Filomeno de Abreu tem investimento de R$ 12,8 milhões, com financiamento da Caixa Econômica Federal.



Foto:Joana Costa

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