Urubici, 20 e 21/04/2013, Correio Lageano, por Adecir Morais
Lotado nos dias de frio, o município, um dos principais destinos do turista na Serra Catarinense, possui cerca de 1.500 leitos e 40 estabelecimentos para atender o visitante.
O turismo na Serra Catarinense vive uma situação antagônica. Enquanto alguns municípios comemoram um bom desempenho do setor, outros ainda buscam caminhos para fazer da atividade uma fonte de riqueza e renda. Urubici é exemplo de que o turismo pode dar certo na região.
Com aproximadamente 10 mil habitantes, o município recebeu, ano passado, cerca 110 mil turistas. Só nos três primeiros meses deste ano, 26.796 pessoas já visitaram a cidade e, pelas estimativas, 2013 deve fechar com 160 mil turistas.
Para o chefe do Parque Nacional de São Joaquim, que abrange o município, Michel Omena, a principal causa do aumento é a melhoria da infraestrutura viária com a pavimentação asfáltica de parte da SC-370, um dos acessos ao município.
Ele recorda que a cidade recebia, em média, 70 mil visitantes por ano, mas com a inauguração da estrada (em março de 2012), houve um crescimento de 55% ano passado em comparação a 2011. Só nos primeiros três meses deste ano, o avanço foi de 50% ante o mesmo período de 2012.
Para ele, o crescimento também é fruto de um planejamento que começou há 10 anos envolvendo todos os segmentos, a partir do qual a comunidade passou a encarar a atividade com seriedade.
Urubici conta, hoje, com cerca de 50 estabelecimentos para receber o visitante, como hotéis urbanos, pousadas, entre outros, totalizando 1.500 leitos, além de restaurantes e lanchonetes. A cidade possui atrativos nas quatro estações do ano.
Desafios
Omena afirma, porém, que Urubici precisa melhorar ainda mais sua estrutura turística. Assim, lembra o projeto de melhoria no Morro da Igreja, um dos pontos mais belos do município, que está engavetado desde 2009.
Pela proposta, o local seria contemplado com um centro de visitantes, com restaurante, estacionamento de veículos, mirante, dentre outros atrativos. O projeto teria um custo de cerca de R$ 250 mil e a obra em torno de R$ 3 milhões. Tudo seria executado em parceria com outros órgãos.
Visitantes ficam encantados
Em Urubici, o turista pode visitar o Morro da Igreja, a Serra do Corvo Branco, dentro outros pontos turísticos. Além disso, pode participar de atividades do ecoturismo, como passeios ecológicos, além de esportes radicais, como rapel, montanhismo, trekking e voo livre.
Morador de Goiânia (GO), o aposentado Levy Zambelli, de 44 anos, visitou o município pela primeira vez e ficou encantado com o que viu. “Isso aqui que é qualidade de vida”, confessou.
Turismo é segunda fonte de riqueza da cidade
De acordo com o secretário de Turismo de Urubici, Paulo César Nunes, a atividade turística representa, hoje, a segunda fonte de arrecadação da prefeitura, perdendo apenas para a agricultura. “O crescimento é resultado da organização e reorganização do setor ao longo dos anos”, destaca.
Nunes pontua que o bom desempenho do setor deve-se, dentre outros aspectos, a investimentos na infraestrutura turística, sem falar, é claro, das belezas e exuberância das paisagens naturais do município. “Melhoramos os acessos e a sinalização das vias, dentre outras obras”, destaca o secretário.
A profissionalização também foi determinante para o desenvolvimento do setor. “Antes as atividades eram mais amadoras, diferente de hoje”, conclui.
Família Rodrigues é exemplo de sucesso
A família de Gláucia Oliveira Rodrigues, de 57 anos, foi uma das pioneiras no turismo rural em Urubici. Ao lado do marido e dos filhos, ela abriu as porteiras da fazenda aos visitantes em 1997, quando o turismo ascendeu no município. O imóvel mede cerca de 300 hectares e fica cerca de 2 Km do Centro. “Temos, aqui passeio a cavalo e trilhas ecológicas”, destaca ela, lembrando que antes a família se dedicava à pecuária.
Para o presidente do Convention e Visitors Bureau, Pedro Paulo Goulart, entidade criada para incentivar e fomentar o turismo da Serra, o desenvolvimento da atividade nos municípios serranos passa pela organização, planejamento e união de todos os segmentos. “O setor depende do tripé entre poder público, iniciativa privada e população”, diz, salientando que a Serra oferece cerca de 2.600 leitos, com São Joaquim e Urubici dividindo a maior parte deles.
O secretário de Turismo de Lages, Flávio Agustini, também defende uma ação integrada no setor. No caso de Lages, diz que a prefeitura está fazendo verificando a situação local do setor para, em seguida, planejar as ações de incremento ao setor.
Fotos:Adecir Morais
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