sexta-feira, 1 de março de 2013

Uniplac vive dia de protesto contra reajuste



Uniplac vive dia de protesto contra reajuste
Lages, 01/03/2013, Correio Lageano



Estudantes fazem duas manifestações, uma fraca pela manhã e outra em clima quente à noite, contra aumento na mensalidade



Com uma dívida em torno de R$ 20 milhões e sem receita para pagar, pouco mais de quatro anos após o início da intervenção, a Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) deve agora explicar aos seus acadêmicos o reajuste na mensalidade, pois muitos consideram abusivo o aumento de 10,35%.



Duas manifestações contra o aumento foram promovidas ontem. A primeira, pela manhã, foi fraca, mas à noite o clima esquentou. De manhã, os estudantes que chegavam para o intervalo, pararam e ouviram os discursos dos manifestantes e de vereadores. À noite também foi de discursos, mas com mais gente e pronunciamentos inflamados.



O presidente do Centro Acadêmico de Direito, Samuel Ramos, declarou que falta transparência por parte da universidade. “A gente pede que eles mostrem os gastos, mas até agora não vimos nada. Queremos saber aonde vai o nosso dinheiro, é nosso direito”, afirma.



Alunos do primeiro semestre de Engenharia Civil, os amigos Bruno Henrique Jagusewski, Patrick Haro Mesquita, Lucas Carvalho e Carlos Augusto Augustin, concordam com a manifestação. “Se tivéssemos um retorno na infraestrutura, por exemplo, até seria bom. A Uniplac deve encontrar outras formas de se manter, não esperar só pelas mensalidades”, diz Lucas.



Carlos é de Papanduva. Além da mensalidade, ele tem gastos com alimentação e moradia. “Me preocupo em como vai ficar a minha situação se os aumentos continuarem desta forma”, comenta.



Jéssica Pimentel de Liz, que cursa Psicologia, foi uma das criadoras da fanpage “Aumento Não”, no Facebook. “O justo hoje seria uma negociação judicial, feita diretamente com os estudantes”.



Fonte de recursos



O interventor Walter Manfrói explica que a única fonte de receita da universidade são as mensalidades. Por isso, o reajuste é calculado com base nos encargos como custeio com salários dos professores, manutenção e infraestrutura.



“Não existe aporte de recursos públicos para a manutenção. O que existem são convênios com instituições que contratam os nossos serviços, como a prefeitura e o Governo do Estado, por  bolsas, mas isso é derivado das mensalidades, não são aporte de recursos para manutenção”, comenta Manfrói.



Uma das reivindicações é para que todos tenham direito de negociar o reajuste. “Nós entendemos que o representante dos estudantes é o DCE, que esteve presente em todas as negociações. Sendo assim, não foi feito nada fora do que prevê a legislação”, afirma a diretora executiva da Fundação Uniplac, Elusa Camargo.



Cronologia

Outubro de 2008


• Juiz da Vara da Fazenda, Silvio Dagoberto Orsatto, determina o início da Intervenção Judicial da Uniplac
• Arnaldo Moraes é escolhido o primeiro interventor
• Prefeitura instituiu a Fundação Uniplac
• Neste período, a Uniplac possuía grandes dívidas, que culminaram com o atraso nas folhas de pagamento dos funcionários


2009

• O então secretário de Finanças, Walter Manfrói, assume a intervenção
• Em maio, o pagamento de salários atrasados foi totalmente regularizado


Setembro de 2010

• São empossados os Conselhos de Administração e Fiscal


Agosto de 2012

• Aprovação do novo Regimento Geral para a Universidade, que levou um ano e meio para ser finalizado



2013

• As dívidas com instituições financeiras estão sendo renegociadas conforme condições da Fundação Uniplac, que se comprometeu a desembolsar 10% da receita para estes pagamentos. Fonte: Assessoria de Imprensa Uniplac



Negociações



De acordo com o interventor Walter Manfrói, as negociações para pagamento da dívida da universidade, que gira em torno de R$ 20 milhões, continuam em andamento. Segundo ele, somente para cobrir as despesas mensais com hora atividade seria necessário um reajuste de 18% nas mensalidades.



Do total da dívida, cerca de R$ 6 milhões correspondem à hora atividade dos professores, que deixou de ser paga por um período em 2008. No final do ano passado a Vara do Trabalho havia determinado o pagamento das mesmas, entretanto, a Uniplac entrou com recurso junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e aguarda uma resolução.



“Nunca nos negamos em negociar, só não é possível pagar a hora atividade da forma que está, integralmente, tem que ser ao longo do tempo”, analisa Manfrói.



Além da hora atividade, a universidade também acumula dívidas com cinco instituições bancárias da cidade. Segundo o interventor, as negociações para o pagamento desta dívida especificamente, ainda não foram iniciadas, pois a universidade não tem capacidade para pagar.



Foto: Divulgação

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