sábado, 2 de março de 2013

População do interior convive com medo de ser a próxima vítima



População do interior convive com medo de ser a próxima vítima
Serra Catarinense, 02 e 03/03/2013, Correio Lageano, por Adecir Morais




A violência vem aumentando a sensação de insegurança na área rural. Tem até moradores investindo em itens de segurança,outros estão abandonando o campo com medo de se tornarem vítimas.




O meio rural na Serra Catarinense deixou de ser um lugar tranquilo. Conhecida pelas belas paisagens, a região também tem sido alvo de constantes assaltos, alguns com mortes. Só este ano, pelo menos três casos deixaram os moradores amedrontados.



Em tese, quase sempre os crimes são praticados com requintes de crueldade. Sob fortes ameaças, as vítimas, geralmente ficam na mira de arma de fogo, são humilhadas e agredidas. Em alguns casos, depois de roubar, os bandidos as executam.



Mês passado, por exemplo, mãe e filha foram brutalmente assassinadas na localidade de Morro do Chapéu, no interior de Campo Belo do Sul. O latrocínio (roubo seguido de morte) ainda está sendo investigado pela polícia. O crime chocou a população que até realizou uma caminhada pedindo paz.



Ainda em Campo Belo, o casal Jaime Ferreira de Morais e Terezinha Ribeiro de Morais foi assassinado dentro da própria casa, em setembro do ano passado - ele com um tiro de espingarda calibre 12 e ela degolada. Quatro homens foram indiciados pelo crime e estão presos.



Com cerca de 7,4 mil habitantes, o município é um dos mais violentos da Serra. Só nos últimos dois anos, foram sete homicídios, a maioria latrocínio. Santa Catarina tem uma média de 12,9 homicídios para cada 100 mil habitantes.



Em Correia Pinto, três pessoas da mesma família foram rendidas em casa, amarradas e trancadas no banheiro por quase quatro horas, na localidade de São Pedro, no interior do município. O caso ocorreu em janeiro deste ano. Dois homens e uma mulher foram indiciados pelo crime e estão presos.



O último assalto que assustou os moradores ocorreu na esta semana, em Palmeira. Encapuzados, dois homens renderam o agricultor Laércio Pereira de Oliveira, de 56 anos, em Cerro Alto. Os criminosos invadiram sua casa e tentaram roubar vários objetos
Em todos os municípios da Serra, são muitas as possibilidades de fuga pelas estradas vicinais. Na maioria das vezes, a polícia não tem como patrulhar todas as localidades.



Agricultores estão assustados com a escalada da criminalidade



Os assaltos na zona rural têm preocupado os moradores. Com medo, alguns tiveram que investir para se proteger, como é o caso da agricultora Aires Fátima Mariana de Souza, de 50 anos, que mora na comunidade de Cerro Alto, em Palmeira.



“A gente fica preocupada. Colocamos até alarme na casa e no galpão e não vamos dormir  sem antes travar bem as portas e janelas. Todo o cuidado é pouco”, comenta ela, que mora com o marido a cerca de dois quilômetros distante da casa de Laércio, que teve sua invadida por bandidos esta semana.



Quem também sente medo em morar no interior é a dona de casa Marta Helena Vargas, residente também na localidade de Cerro Alto. Apesar de morar com o marido e um filho, ela diz que a família fica “ressabiada”, pois além dos assaltos, na comunidade acontecem muitos furtos, principalmente de roçadeiras e motosserras.



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