segunda-feira, 1 de abril de 2013

Faltam leitos para atender toda demanda



Faltam leitos para atender toda demanda
Lages, 02/04/2013, Correio Lageano, por Suzani Rovaris



Em finais de semana e feriados prolongados, quando ocorrem muitos acidentes, a situação nos hospitais é ainda pior



Apesar de ser referência em traumatologia e neurocirurgia no Estado, o número de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, não é suficiente para atender a demanda nos finais de semana e feriados. Na Páscoa, quando ocorreram diversos acidentes, foi um exemplo. Cinco pacientes que precisavam ser internados na UTI, tiveram que esperar em leitos no setor de urgência do hospital.




Segundo o médico Ronny Albert Westphl, esses pacientes não ficaram desassistidos, pois a emergência oferece suporte até que sejam remanejados. “O procedimento normal seria o paciente receber os primeiros atendimentos na emergência, passar pela cirurgia e depois ir para a UTI”, afirma.




A UTI do Nossa Senhora dos Prazeres tem 10 leitos, e raramente ficam vazios. Quando não há vaga, os pacientes são atendidos na sala principal da emergência, que possui três leitos ou na sala de observação, com cinco leitos.



Ontem, três pessoas aguardavam internamento na UTI. Uma delas foi submetida à cirurgia e conseguiu um leito. No final da manhã, o segundo paciente conseguiu uma vaga na UTI do Hospital Tereza Ramos, e a terceira ainda aguardava.



Ao todo, a emergência do Nossa Senhora dos Prazeres tem 11 leitos. Quando não há vagas e se o problema do paciente não for trauma ou neurológico, ele é encaminhado ao Tereza Ramos, que atende qualquer outra especialidade.



Em último caso, quando os hospitais de Lages estão superlotados, o procedimento é acionar a política “Vaga Zero”, que significa procurar um leito disponível nos demais hospitais do Estado, por meio de uma central. Muitas vezes, esse procedimento faz uma busca interestadual no Paraná ou Rio Grande do Sul.



Segundo a gerente de enfermagem do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, Susana Zen, a falta de leito acontece em toda Santa Catarina e, por isso, quando é acionada a Vaga Zero, alguns pacientes chegam a esperar até uma semana para a transferência.




Este cenário pode mudar  em Lages depois do projeto da cardiologia que contemplará ampliação e reforma da UTI e setor de emergência no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. A área a ser construída passa de três mil metros quadrados. O recurso, R$ 13 milhões, serão provenientes do Governo do Estado.


Pronto Atendimento sem movimento


Os atendimentos no Pronto Atendimento Tito Bianchini reduziram neste feriado em comparação aos dias da semana. Segundo a gerente, Tatiana Longhi Vieira, o PA não recebe casos graves ou de ortopedia, geralmente são vítimas de acidentes. Isso explica a sobrecarga no Nossa Senhora dos Prazeres.



Durante a semana, o cenário é diferente. Por dia, dois ou três pacientes necessitam de internamento em UTI. “A semana passada, por exemplo, foi um absurdo. Cinco pessoas aguardavam na fila para UTI e 13 para leitos normais”, afirma Tatiana.



O Pronto Atendimento não tem estrutura para internamentos, principalmente UTI, mas a realidade obriga adaptar esses pacientes até que sejam atendidos normalmente nos hospitais.



Vaga só depois da cirurgia


Na manhã desta segunda-feira, três pessoas aguardavam por um leito vago na UTI do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, um desses pacientes foi vítima de acidente neste final de semana.



Segundo o médico de plantão, Ronny Albert Westphl, a vítima, identificada como Elizeu, aguardava a vaga no setor de emergência. No final da manhã, Elizeu foi submetido a uma cirurgia, pois estava muito machucado. O médico contou que o acidente foi uma saída de pista e Elizeu sofreu trauma no abdômen, bacia e pélvis. Enquanto passava pela cirurgia, um leito na UTI havia ficado vago e estava reservado para ele.



Outro paciente que aguardava por leito era o idoso Jonas da Silva Wolff, de 70 anos. Segundo os familiares, há dois meses, uma ferida surgiu na perna direita. Apesar de Jonas fazer tratamento e tomar remédios, o ferimento foi piorando com o passar do tempo e atingiu um estágio muito grave que não pode ser revertido.



Por não haver cura, Jonas terá que amputar a perna. A família conta que ele sente muita dor e dificilmente consegue dormir. Também no final da manhã de segunda-feira (01) um leito no Hospital Tereza Ramos havia vago e ele seria transferido no mesmo dia.



Fotos Suzani Rovaris

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