Lages, 30/09/2013, Correio Lageano, por Suzani Rovaris
Todos os meses, a Prefeitura de Lages paga a hospitais e laboratórios, aproximadamente, R$ 1 milhão em exames. Desse valor, estima-se que um terço, cerca de R$ 300 mil, seja desperdiçado por causa de pacientes que solicitam os exames médicos e não voltam para buscar o resultado. Medidas estão sendo tomadas para reverter esse quadro.
Os exames laboratoriais e de raio-x são os que mais se acumulam. A pilha de papéis nos laboratórios conveniados e hospitais aumentam cada vez mais, pois os exames que não são retirados permanecem guardados. A falta de importância dos pacientes está custando dinheiro público e tempo às equipes de saúde, aos laboratórios e hospitais conveniados.
Somente para os exames laboratoriais, a prefeitura desembolsa R$ 300 mil, sendo que 30% ficam esquecidos, custando cerca de R$100 mil aos cofres públicos.
Raio-X: Atualmente, são marcados 1,8 mil exames de raio-x no Hospital Tereza Ramos, cerca de 700 deles são realizados. Para se ter noção, de janeiro a junho deste ano foram 9,5 mil exames e quase três mil ficaram guardados. “Antigamente era compreensível, quando os exames de raio-x demoravam para serem realizados. Mas hoje de três a 20 dias estão prontos. Agora o tempo não é motivo”, afirma o diretor administrativo-financeiro da Secretaria da Saúde Maurício Batalha Machado.
Nos exames de imagem, como ressonâncias, tomografias e mamografias, urgentes para diagnóstico, o índice de retiradas é menor, de 5% a 15%. Além dos exames esquecidos, estima-se que 50% dos que são retirados não chegam até as mãos dos médicos.
Controle: Para reduzir o número de exames laboratoriais arquivados, a Secretaria da Saúde criou um sistema de controle. Agora, se o paciente não for retirar o resultado do exame, imediatamente seu nome é bloqueado no sistema e fica impossibilitado de fazer novos exames.
Exemplo: Ao contrário do que muitos fazem, a auxiliar de serviços gerais Jussara Costa Waltrick Antunes, moradora do bairro Santa Catarina, foi retirar o resultado da tomografia feita no dia 12 de setembro. Ela fez o exame no dia 22 de agosto, e mesmo após dois meses de espera para ser marcado, não desistiu, pois sofre de problemas respiratórios. “Não importa quanto tempo pode demorar, trata-se da minha saúde e como consegui pelo SUS. Tenho que aproveitar para me cuidar”, afirma.
Rastreamento: A Secretaria também está criando um sistema de rastreamento em toda a rede para saber o número exato de pessoas que não vão buscar os resultados de exames e quantas não entregam ao médico. Está sendo criado um banco de dados onde todas as instituições públicas de saúde terão acesso. O Pronto Socorro já foi informatizado e até final do ano a policlínica também será.
Problema se repete na marcação de consultas
A Secretaria da Saúde de Lages também mostra preocupação com relação à marcação de consultas. Segundo levantamento, cerca de 34% das pessoas que agendam consultas na Policlínica Municipal não aparecem. Esse problema atinge os médicos que esperam pelo paciente e acabam ficando com parte do tempo ocioso. Alguns, inclusive, cogitam desistir do atendimento público. As especialidades que mais sofrem são pediatria, ginecologia e clínica-geral, por ser mais fácil de remarcar a consulta, mas outras como otorrinolaringologia e pneumologia não registraram o problema.
Exames de raio-x
RAIO-X Agendados Realizados Não Retirados*
Janeiro 1.383 888 266
Fevereiro 1.208 763 229
Março 1.856 1.447 434
Abril 2.058 1.833 550
Maio 1.891 1.604 481
Junho 1.673 1.358 407
Julho 1.927 1.591 477
Total 11.996 9.484 2.845
Exames laboratoriais
Mês / 2013 Autorizados Realizados Não Retirados
Janeiro 95.803 79.511 Não monitorado
Fevereiro 80.429 63.921 Não monitorado
Março 91.942 67.928 210
Abril 96.203 72.224 22.140
Maio 83.569 69.261 18.025
Junho 79.645 67.827 15.640
Julho 91.932 76.586 19.142
Todos os meses, a Prefeitura de Lages paga a hospitais e laboratórios, aproximadamente, R$ 1 milhão em exames. Desse valor, estima-se que um terço, cerca de R$ 300 mil, seja desperdiçado por causa de pacientes que solicitam os exames médicos e não voltam para buscar o resultado. Medidas estão sendo tomadas para reverter esse quadro.
Os exames laboratoriais e de raio-x são os que mais se acumulam. A pilha de papéis nos laboratórios conveniados e hospitais aumentam cada vez mais, pois os exames que não são retirados permanecem guardados. A falta de importância dos pacientes está custando dinheiro público e tempo às equipes de saúde, aos laboratórios e hospitais conveniados.
Somente para os exames laboratoriais, a prefeitura desembolsa R$ 300 mil, sendo que 30% ficam esquecidos, custando cerca de R$100 mil aos cofres públicos.
Raio-X: Atualmente, são marcados 1,8 mil exames de raio-x no Hospital Tereza Ramos, cerca de 700 deles são realizados. Para se ter noção, de janeiro a junho deste ano foram 9,5 mil exames e quase três mil ficaram guardados. “Antigamente era compreensível, quando os exames de raio-x demoravam para serem realizados. Mas hoje de três a 20 dias estão prontos. Agora o tempo não é motivo”, afirma o diretor administrativo-financeiro da Secretaria da Saúde Maurício Batalha Machado.
Nos exames de imagem, como ressonâncias, tomografias e mamografias, urgentes para diagnóstico, o índice de retiradas é menor, de 5% a 15%. Além dos exames esquecidos, estima-se que 50% dos que são retirados não chegam até as mãos dos médicos.
Controle: Para reduzir o número de exames laboratoriais arquivados, a Secretaria da Saúde criou um sistema de controle. Agora, se o paciente não for retirar o resultado do exame, imediatamente seu nome é bloqueado no sistema e fica impossibilitado de fazer novos exames.
Exemplo: Ao contrário do que muitos fazem, a auxiliar de serviços gerais Jussara Costa Waltrick Antunes, moradora do bairro Santa Catarina, foi retirar o resultado da tomografia feita no dia 12 de setembro. Ela fez o exame no dia 22 de agosto, e mesmo após dois meses de espera para ser marcado, não desistiu, pois sofre de problemas respiratórios. “Não importa quanto tempo pode demorar, trata-se da minha saúde e como consegui pelo SUS. Tenho que aproveitar para me cuidar”, afirma.
Rastreamento: A Secretaria também está criando um sistema de rastreamento em toda a rede para saber o número exato de pessoas que não vão buscar os resultados de exames e quantas não entregam ao médico. Está sendo criado um banco de dados onde todas as instituições públicas de saúde terão acesso. O Pronto Socorro já foi informatizado e até final do ano a policlínica também será.
Problema se repete na marcação de consultas
A Secretaria da Saúde de Lages também mostra preocupação com relação à marcação de consultas. Segundo levantamento, cerca de 34% das pessoas que agendam consultas na Policlínica Municipal não aparecem. Esse problema atinge os médicos que esperam pelo paciente e acabam ficando com parte do tempo ocioso. Alguns, inclusive, cogitam desistir do atendimento público. As especialidades que mais sofrem são pediatria, ginecologia e clínica-geral, por ser mais fácil de remarcar a consulta, mas outras como otorrinolaringologia e pneumologia não registraram o problema.
Exames de raio-x
RAIO-X Agendados Realizados Não Retirados*
Janeiro 1.383 888 266
Fevereiro 1.208 763 229
Março 1.856 1.447 434
Abril 2.058 1.833 550
Maio 1.891 1.604 481
Junho 1.673 1.358 407
Julho 1.927 1.591 477
Total 11.996 9.484 2.845
Exames laboratoriais
Mês / 2013 Autorizados Realizados Não Retirados
Janeiro 95.803 79.511 Não monitorado
Fevereiro 80.429 63.921 Não monitorado
Março 91.942 67.928 210
Abril 96.203 72.224 22.140
Maio 83.569 69.261 18.025
Junho 79.645 67.827 15.640
Julho 91.932 76.586 19.142
Foto: Suzani Rovaris
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